O presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, decidiu renunciar ao cargo, na sequência da detenção por suspeitas de corrupção na Madeira, avança o jornal Expresso.
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As detenções de dois empresários e do autarca do Funchal surgiram na sequência de uma operação que também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e anunciou na sexta-feira que vai abandonar o cargo.
Segundo a Polícia Judiciária, em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
Na manhã de sexta-feira os detidos foram identificados e hoje, durante o interrogatório, vão ser confrontados com o que está no processo.
O advogado Paulo Sá e Cunha, que representa o presidente da Câmara do Funchal, disse que Pedro Calado vai hoje prestar declarações para "esclarecer a verdade".
Raul Soares da Veiga, advogado de Avelino Farinha, um dos empresários detidos, também declarou que o seu cliente irá responder a tudo.
O processo está a cargo do juiz Jorge Melo, após ter sido sorteado, uma vez que o juiz a quem pertencia está de baixa, informou fonte judicial.
Na quarta-feira, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela PJ sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, foram detidos o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o CEO e principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia, que é sócio de Avelino Farinha em várias empresas, segundo disse à Lusa fonte da investigação.
No âmbito deste processo, foi ainda constituído arguido o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), que inicialmente afirmou que não se demitia.