Ministro da Presidência diz que "drama na Saúde" não se pode resolver em quatro meses

Leitão Amaro criticou "incapacidade" do anterior Governo
Foto: Maria João Gala
O ministro da Presidência afirmou, esta quinta-feira, que os problemas no setor da Saúde em Portugal são "estruturais" e "difíceis". António Leitão Amaro deixou críticas ao Executivo anterior, do Partido Socialista, por ter sido incapaz de encontrar soluções em "três mil e 50 dias de governo".
"Não conseguimos resolver em quatro meses o enorme problema deixado em três mil dias de Governo [PS]", disse Leitão Amaro, na conferência de Imprensa, após a reunião do Conselho de Ministros, onde foram aprovadas várias medidas relacionadas com o emprego, a educação e a imigração. Questionado sobre os constrangimentos dos últimos dias nas urgências de obstetrícia e ginecologia, o ministro da Presidência referiu aos jornalistas que "ninguém de boa fé podia imaginar que a dimensão do problema e do drama nos sistemas de saúde se pudessem resolver em 60 ou 80 dias".
Na reunião do Conselho de Ministros foi aprovado a atribuição de 65 milhões de euros ao Centro de Atendimento Clínico (CAC) no Porto, no Hospital da Prelada, num acordo de cooperação com a Misericórdia do Porto. Esta unidade deverá abrir no final deste mês. Na semana passada, foi aberto um CAC em Lisboa, em Sete Rios, para libertar as urgências do Hospital de Santa Maria dos casos não urgentes. O plano de emergência da saúde, apresentado no final de maio, previa a criação destas duas unidades. Ao final da tarde desta quarta-feira, na monitorização disponível no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Governo dava como concluídas apenas duas medidas deste plano.
"Dissemos que as medidas iam ser implementadas ao longo do tempo", apontou o governante, que referiu ainda que há "muitas que estão em execução". "O problema [na Saúde] é sério e grave, está a merecer respostas e já tem resultados", acrescentou na conferência de Imprensa. O ministro da Presidência deu como exemplo a diminuição das listas de espera. Na monitorização do plano de emergência para a saúde, verifica-se uma diminuição dos doentes oncológicos a aguardar por uma operação fora do tempo recomendado. No entanto, 1500 pessoas continuam à espera da cirurgia.
O primeiro-ministro, a ministra da Saúde e o presidente da República visitam, esta quinta-feira à tarde, a nova maternidade do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, cuja urgência de ginecologia abriu na segunda-feira para as grávidas até às 22 semanas de gestação. Até setembro, a unidade estará a funcionar em pleno. Sobre a ausência de explicações do Governo quanto aos fechos das maternidades este verão, Leitão Amaro disse que o Executivo tem pontuado pela "presença" e "proximidade". "O senhor primeiro-ministro hoje terá oportunidade para falar mais", afirmou.

