Forte sismo causou mais de 140 mortos e centenas de feridos em Myanmar e na Tailândia
Um sismo de 7,7 graus na escala de Richter atingiu esta sexta-feira o noroeste de Myanmar (Birmânia). Forte abalo também foi sentido na Tailândia, onde um edifício em construção colapsou e soterrou 81 pessoas. Myanmar já pediu ajuda internacional. Há mais de 140 mortos e centenas de feridos.
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O sismo foi registado às 12.50 horas locais (6.20 horas em Portugal continental) a uma profundidade de 10 quilómetros, perto de Mandalay, uma das principais cidades do país asiático e onde vivem 1,2 milhões de pessoas.
Apenas 12 minutos depois, ocorreu uma réplica com magnitude de 6,4 e epicentro a 18 quilómetros a sul de Sagaing.
O balanço mais recente, e ainda provisório, é de 144 mortos e 732 feridos, segundo a Junta Militar de Myanmar. Estão ainda confirmados três mortos na Tailândia.
A Junta Militar declarou estado de emergência em seis regiões e já pediu ajuda internacional. “Queremos que a comunidade internacional preste ajuda humanitária o mais rapidamente possível”, disse à agência AFP o porta-voz Zaw Min Tun, num raro apelo por parte dos militares que lideram o país. União Europeia, França e Índia já se manifestaram disponíveis para enviar ajuda.
Os efeitos do terramoto fizeram-se sentir também na vizinha Tailândia, obrigando à evacuação de edifícios residenciais e de escritórios na capital, Banguecoque - a quase mil quilómetros de distância do epicentro. Após uma reunião de urgência, a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra declarou estado de emergência na cidade.
Em Banguecoque, um edifício de 30 andares que estava em construção colapsou, atingindo 43 trabalhadores. No total, segundo Phumtham Wechayachai, vice-primeiro-ministro da Tailândia, 81 pessoas ficaram soterradas.
Pelo menos 10 pessoas morreram, 16 ficaram feridas e mais de 100 continuam desaparecidas. A vice-governadora da capital da Tailândia, Tavida Kamolvej, atualizou o número de mortos, enquanto os esforços de resgate continuam, incluindo num edifício perto do popular mercado de Chatuchak, onde dezenas de pessoas continuam desaparecidas.
"Nunca vi nada assim"
Em Myanmar, o hospital da capital Naypyidaw, localizado a 250 quilómetros do epicentro, recebeu centenas de vítimas.
Um médico disse à agência AFP que até agora foram contabilizados 20 mortos e muitos feridos. "Nunca vi nada assim. Estamos a tentar controlar a situação", contou.
Devido à saturação do hospital, muitos feridos foram tratados no exterior, no chão ou em macas improvisadas.
O líder da Junta Militar, Min Aung Hlaing, visitou o hospital.
MNE português acompanha situação
Portugal está a acompanhar a situação, disse à agência Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, adiantando que, até ao momento, não há indicação de qualquer cidadão português afetado.
Myanmar está situada perto de uma zona de grande atividade tectónica devido à pressão entre a placa do subcontinente indiano, a sul, e a placa euro-asiática, a norte.
O sismo desta sexta-feira é um dos mais fortes registados nos últimos anos. Em agosto de 2016, um terramoto atingiu 6,8 de magnitude.