Passos Coelho diz estar fora da política e Santos Silva pede candidatura única a Belém
Passos Coelho disse esta quarta-feira estar fora da atividade política, mas é visto por Luís Filipe Menezes como candidato "credível" a Belém. O ex-autarca não hesita em dizer de quem não gosta: "o irrevogável Paulo Portas". À Esquerda, Augusto Santos Silva defendeu uma candidatura única e forte na sua área política.
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À chegada para uma conferência sobre geoeconomia e política internacional na Faculdade de Economia do Porto (FEP), organizada por alunos, Pedro Passos Coelho foi questionado pelos jornalistas sobre Belém. "Estou fora da atividade partidária e política e assim tenciono manter-me", respondeu.
Em seguida, chegou Luís Filipe Menezes, que se referiu a Passos Coelho como "um candidato presidencial que seria credível". "E que eu continuo a achar que é credível", disse aos jornalistas. "Mas bastou ele ter ido à apresentação de um livro, de que algumas pessoas não gostaram, que em 24 horas ele passou a ser um perigoso agente da extrema-direita. Portanto, em 24 horas tudo muda, a gente comete erros", prosseguiu, a pretexto de uma questão sobre se ponderava concorrer às próximas autárquicas, tendo afirmado que não tenciona candidatar-se "a nenhuma câmara do país".
Questionado sobre se acredita que o antigo primeiro-ministro possa estar a deixar passar algum tempo para voltar a entrar no jogo das presidenciais, Menezes não quis comentar e insistiu que "é demasiado cedo". Instado sobre se seria o melhor candidato, uma vez que o considera "credível", o também ex-líder do PSD aproveitou para criticar a existência de tantos putativos candidatos, dizendo já contar 14, reduzindo depois a lista para uma dúzia.
Para além de Passos Coelho, deu à Direita os exemplos de Santana Lopes, Marques Mendes e "agora o irrevogável doutor Paulo Portas, que deixa a construção civil para poder ser candidato", entre outros.
Questionado sobre os presidenciáveis que prefere para além de Passos Coelho e quais nunca apoiaria, aproveitou para criticar o antigo ministro e líder do CDS. "Agradam-me muitos. Muitos deles são pessoas credíveis. Agora, sei lá, não gosto de fazer esse tipo de futurologia", respondeu. "De quem não gosto? Do dr. Paulo Portas", esclareceu de imediato.
Por sua vez, o socialista Augusto Santos Silva, que também participou na cimeira FEP Global Summit - Cimeira Estudantil sobre Geopolítica em Portugal, prometeu contribuir para uma candidatura única e adiou a resposta sobre uma candidatura protagonizada por si em janeiro de 2026.
"O que acho é que, na área política a que pertenço, deve haver uma candidatura única e uma candidatura forte, e é para isso que devemos todos contribuir e eu também", declarou à chegada, quando António José Seguro, ex-líder socialista, já se juntou à lista de presidenciáveis.
Perante a insistência dos jornalistas sobre se será candidato, o ex-presidente da Assembleia da República e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros respondeu que "não é esse o tempo agora" de tomar essa decisão. Mas "é natural que se comece a pensar nos possíveis candidatos a essas eleições, é uma coisa que me parece absolutamente normal", ressalvou Santos Silva.