O vento e as fortes projeções, que com muita rapidez provocam a ignição de vários focos de incêndio, são das maiores preocupações de quem no terreno tenta debelar as chamas no concelho de Proença-a-Nova.
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Ao final da tarde, estavam já no terreno cerca de 1200 operacionais, apoiados por 405 viaturas, 11 meios aéreos e mais de uma dezenas de máquinas de rasto. "Temos o maior dispositivo de sempre. Em meios humanos, em equipamentos e meios aéreos", revelou fonte do Ministério da Administração Interna ao JN. A estação móvel do SIRESP, que estava em Fátima para o incêndio, foi deslocada para facilitar as comunicações.
Palheiros, alfaias agrícolas e floresta têm as principais perdas registadas, mas na manhã deste sábado, também ardeu uma casa na aldeia de Moitas.
João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, confirmou ao JN esta informação, dando conta que “era uma casa de madeira, de férias ou segunda habitação”, não havendo por isso ninguém em situação de desalojado.
O final da tarde trouxe também a mudança das direção do vento, o que voltou a complicar a contabilidade dos operacionais, com um momento de aflição vivido em Catraia Cimeira.
“Estou neste momento na Catraia e houve aqui de facto um momento mais aflitivo, mas já está controlado”, avança o autarca.
João Lobo ressalva, porém, que “quer queiramos, quer não, há muitos quintais que têm de ser limpos e não o foram. Há nesta zona muitos silvados e, numa situação como esta, é um segundo enquanto o fogo se propaga”.
Mas a principal preocupação vira-se agora para “Sobreira Formosa, pois o incêndio estava na zona de Montes da Senhora, mas já está a descer para a ribeira da Fróia, em direção à Sobreira, pelo que é agora ali que é preciso travá-lo”.
Recorde-se que o incêndio deflagrou às 15.09 horas de sexta-feira, em Carrascal, Freguesia de Sarzedas, no Concelho de Castelo Branco, mas rapidamente alastrou ao Concelho de Proença-a-Nova onde têm causado maior preocupação e está longe de ser dominado.
"Até ao dia 8 de agosto vamos ter temperaturas a ultrapassar os 40 graus, humidade abaixo dos 20% e ventos a chegar aos 60 quilómetros. Ou seja: muito elevado risco. Todos os cuidados são poucos", notou fonte do MAI.
Troço do IC8 e EN 233 estão fechados em Proença-a-Nova
O Itinerário Complementar 8 e a Estrada Nacional 233 estavam fechadas ao trânsito às 17.55 horas, no concelho de Proença-a-Nova, informou a GNR.
Segundo informação dada à agência Lusa pelo capitão Marco Ferreira, do Comando Territorial de Castelo Branco da GNR, às 17:55, o IC8 estava interdito ao trânsito entre o nó Proença Sul e o nó da Pedra do Altar.
"A alternativa faz-se pela Estrada Nacional 241, entre Proença-a-Nova e Perdigão", disse.
A Estrada Nacional 233 está também interdita ao trânsito entre a catraia Cimeira e a Cerejeira, sendo que nesta estrada não existe via alternativa.