Gaza vive o 19º dia de bombardeamentos. Véspera fica marcada por declaração de Guterres que deixou Israel irado. Acompanhe os principais momentos do conflito que opõe israelitas e o movimento Hamas.
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O Irão acusou Israel de cometer "genocídio" contra os palestinianos na Faixa de Gaza, numa carta enviada ao Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, numa altura em que o exército israelita intensificou os ataques.
"Os ataques do regime sionista atingiram uma intensidade tal que parece que o objetivo é o massacre do povo palestiniano em Gaza", afirmou o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, na missiva enviada a Volker Türk.
"As declarações feitas pelas autoridades do regime israelita e os ataques generalizados e sistemáticos das forças sionistas na Faixa de Gaza mostram que se trata de uma campanha de genocídio contra o povo palestiniano", acusou o chefe da diplomacia iraniana.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, admitiu que também deverá ser responsabilizado pelas falhas de segurança que permitiram o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em Israel, em 7 de outubro, mas só depois da guerra. "Examinaremos detalhadamente até ao fim o que aconteceu, as falhas serão examinadas e todos serão responsabilizados, inclusive eu. Mas tudo isso acontecerá depois da guerra", disse Netanyahu num discurso à nação esta noite.
Um projeto de resolução norte-americano sobre a recente escalada de violência em Israel e na Faixa de Gaza e a subsequente crise humanitária em Gaza foi rejeitado esta quarta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU com vetos russo e chinês.
O projeto norte-americano "rejeitava e condenava inequivocamente" os "hediondos ataques terroristas do Hamas" de 7 de outubro e exigia a "libertação imediata e incondicional de todos os restantes reféns" capturados em Israel e retidos pelo movimento islamita em Gaza.
O projeto recebeu 10 votos a favor, duas abstenções e três votos contra, incluindo dois vetos de membros permanentes do Conselho (Rússia e China).
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Riyad al-Maliki, reuniu-se esta quarta-feira com funcionários do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, em pleno conflito entre Israel e o movimento islamista palestiniano Hamas.
No dia anterior, Riyad al-Maliki tinha lamentado a inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas face aos "massacres (...) perpetrados por Israel", que responderam ao ataque do Hamas em Israel no passado dia 7 de outubro com incessantes ataques a Gaza, governada pelo movimento extremista islâmico.
A visita do diplomata palestiniano não tinha sido anunciada, mas um vídeo divulgado pelo TPI mostra-o a cumprimentar o presidente do Tribunal, Piotr Hofmanski, o Procurador-Geral, Karim Khan, e ao Escrivão, Osvaldo Zavala Giler, antes de se sentarem para conversar.
Rússia e Estados Unidos vetaram, esta quarta-feira, os respetivos projetos de resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre o conflito e a situação humanitária na Faixa de Gaza.
Depois de uma primeira votação ter resultado no veto a um projeto de resolução norte-americano, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) rejeitou noutra votação uma resolução da autoria da Rússia sobre a deterioração da situação humanitária na Faixa de Gaza, com veto dos Estados Unidos e do Reino Unido.
O projeto russo, o segundo apresentado por Moscovo desde o início do conflito entre Israel e o grupo islamita Hamas, pedia "um cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e totalmente respeitado".
O texto recebeu quatro votos a favor, nove abstenções e dois vetos de membros permanentes do Conselho de Segurança.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) instou, esta quarta-feira, o movimento islamita palestiniano Hamas a fornecer provas de vida dos reféns que mantém e a libertá-los "por razões humanitárias e de saúde".
"É urgente que aqueles que capturaram reféns provem que eles estão vivos e a receber cuidados, e que libertem todos por razões humanitárias e de saúde", afirmou em comunicado o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.
O secretário de Estado norte-americano, Tony Blinken, terá dito a um grupo de líderes da comunidade judaica norte-americana que pediu ao primeiro-ministro do Catar para moderar a "retórica" da Al Jazeera sobre a guerra em Gaza.
A conversa entre Blinken e Mohammed bin Abdul Rahman Al Thani terá sido há duas semanas, de acordo com o portal norte-americano "Axios", que sublinha que os comentários do chefe da diplomacia norte-americana sugerem que a Administração dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que afirma o seu apoio à imprensa independente em todo o mundo, "está preocupada com o facto de o enquadramento do conflito pela Al Jazeera poder aumentar as tensões na região".
A rede de meios Al Jazeera é financiada pelo Governo do Catar, mas reclama operar de forma independente, ainda que os seus críticos a acusem de refletir a posição da política externa do Qatar, cujas ligações ao Hamas têm sido particularmente escrutinadas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou esta quarta-feira que "não exigiu" que Israel adiasse a invasão terrestre de Gaza até que os reféns detidos pelo Hamas fossem libertados.
"A decisão é deles, mas eu não exigi", referiu Biden sobre as conversas com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu.
"O que eu lhe disse foi que, se for possível libertar essas pessoas em segurança, é isso que ele deve fazer", acrescentou o presidente dos EUA.
Biden realçou também que "não tem confiança" nos números de vítimas civis apresentados pelos palestinianos.
O vice-presidente do PSD Paulo Rangel defendeu que a clarificação feita pelo secretário-geral das Nações Unidas sobre as declarações que proferiu na segunda-feira sanou a polémica, mas considerou que houve de facto uma frase "menos feliz". "A clarificação que fez o secretário-geral das Nações Unidas, o nosso compatriota António Guterres, é uma clarificação importante. De facto, criou-se uma controvérsia em toda a imprensa internacional, porque as declarações de ontem [segunda-feira], enfim, pelo menos não foram felizes, especialmente uma frase", sustentou Paulo Rangel, em declarações aos jornalistas no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas.
O vice-presidente social-democrata disse ter "a certeza absoluta" de que António Guterres "não queria, em caso nenhum, justificar o terrorismo". "Mas é verdade que há uma frase menos feliz, que implicava uma clarificação. Um secretário-geral das Nações Unidas, para desempenhar bem a sua função, tem, muitas vezes, de manter essa neutralidade", completou.
Uma operação terrestre maciça do exército israelita na Faixa de Gaza seria "um erro", disse no Cairo o presidente francês, Emmanuel Macron, argumentando que colocaria em risco a vida de populações civis sem proteger Israel.
Intervir em terra para atingir grupos terroristas "de forma completamente identificada é uma escolha" que pertence a Israel e que corresponde à definição do direito internacional, disse Macron, aos jornalistas, reiterando o direito de Telavive se defender, "num quadro de respeito pelas populações civis".
"Se for uma intervenção maciça que põe em perigo a vida das populações civis, então penso que é um erro e é um erro também para Israel, porque não é provável que proteja Israel a longo prazo e porque não é compatível com o respeito pelas populações civis, pelo direito humanitário internacional e até pelas regras da guerra", disse o líder francês.
As Nações Unidas "estão a dialogar" com o Governo israelita sobre os vistos bloqueados ou negados aos seus funcionários, incluindo o do chefe humanitário da organização, Martin Griffiths, adiantou o porta-voz do secretário-geral da ONU.
Stéphane Dujarric desvalorizou o anúncio do embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, de que o seu país irá recusar vistos a representantes das Nações Unidas argumentando que "é altura de lhes dar uma lição". Dujarric afirmou que o anúncio não está a afetar, por enquanto, o trabalho dos funcionários da ONU em Israel. "Falei com os meus colegas em Jerusalém e eles continuam os seus contactos a todos os níveis com os seus homólogos, quer estejam no Governo ou no exército, e os contactos prosseguem normalmente", disse.
O representante de António Guterres insistiu que não se registou "qualquer alteração ou diminuição do estatuto" dos seus trabalhadores no terreno, em Israel e na Palestina.
No que diz respeito ao estatuto de Griffiths, Dujarric afirmou que este se encontra atualmente em Genebra (a sua residência habitual) e expressou o desejo do secretário-geral de que "tal como qualquer outro gabinete que trabalhe para o secretariado", "todos os Estados-membros facilitem o trabalho dos funcionários da ONU em deslocação oficial".
A IL condenou esta quarta-feira as declarações "politicamente insensatas e diplomaticamente catastróficas" do secretário-geral da ONU sobre o conflito entre Israel e o Hamas, considerando que "afundou as Nações Unidas no pântano" e lhe retirou capacidade de mediar o conflito.
"A Iniciativa Liberal condena as declarações de António Guterres. Mostraram desrespeito pelas famílias das vítimas de um hediondo ato de terror e barbárie humana, foram politicamente insensatas e diplomaticamente catastróficas", pode ler-se numa publicação do partido na sua conta oficial da rede social X.
Na opinião dos liberais, "não há contexto que justifique as atrocidades cometidas pelo Hamas no passado dia 7 de outubro, nem é aceitável a normalização que decorre daquelas declarações para comportamentos verdadeiramente abomináveis".
"Guterres afundou as Nações Unidas no pântano, retirando-lhe qualquer capacidade de mediar o conflito e de interceder em favor de todas as vítimas inocentes. Absolutamente lamentável", repudia.
A agência da ONU para os refugiados palestinianos afirmou esta quarta-feira que está a viver "horas críticas" antes de encerrar as suas operações em Gaza devido à falta de combustível, um recurso vital que ainda não chegou ao enclave palestiniano.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) avisou na terça-feira que teria de encerrar as suas operações no prazo de 24 horas.
De acordo com o último relatório da UNRWA em Gaza, às 18 horas locais (16 horas em Lisboa), não houve qualquer suspensão das operações, mas ao longo do dia os porta-vozes da organização têm repetido que o momento é "muito crítico" para as suas atividades e a pressão tem vindo a aumentar para permitir o acesso ao combustível.
Enquanto a ONU aguarda o combustível necessário para as "operações humanitárias que salvam vidas", o Ministério da Saúde de Gaza, território controlado pelo grupo islamita Hamas desde 2007, declarou o "colapso total" do sistema de saúde do enclave devido à escassez de combustível e aos bombardeamentos israelitas.
Segundo o ministério, as instituições de saúde deixaram de funcionar e os hospitais que permanecem abertos já não podem prestar serviços. A mesma fonte acrescentou que existem atualmente "mais de 7.000" doentes e feridos que necessitam de tratamento urgente e que os serviços de saúde de Gaza não têm capacidade para tratar estas pessoas.
A UNRWA mantém abertos oito dos seus 41 centros de saúde e 93 unidades médicas móveis para servir os palestinianos em Gaza, enquanto cerca de 613.000 habitantes do enclave, deslocados devido ao conflito e aos bombardeamentos intensos de Israel contra o pequeno território, estão alojados em alguns dos 151 abrigos da organização.
Desde 7 de outubro, cerca de 38 funcionários da UNRWA foram mortos por bombardeamentos.
O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, voltou esta quarta-feira a pedir que António Guterres renuncie ao cargo.
"É uma vergonha para a ONU que o secretário-geral não se retrate das suas palavras e nem sequer seja capaz de pedir desculpa pelo que disse ontem. Deve demitir-se", defendeu.
Um navio da Marinha francesa partirá esta semana com bens destinados a hospitais na Faixa de Gaza, anunciou o presidente da França, Emmanuel Macron, após um encontro com o seu homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sisi.
O presidente francês elogiou o papel do Egito na reabertura da passagem de Rafah, a única ligação fronteiriça na Faixa de Gaza que não é controlada por Israel, mas observou que "a situação é crítica" no território palestiniano desde a nova crise no Médio Oriente iniciada em 7 de outubro. "Nas próximas 48 horas" partirá de Toulon um navio militar "para apoiar os hospitais de Gaza", disse Macron, informando que um avião francês chegará na quinta-feira ao Egito com ajuda para o território palestiniano cercado por Israel e à beira do colapso humanitário.
Macron pediu respeito pelos civis em qualquer contexto, alegando que "a França não pratica duplicidade de critérios" e que "o direito internacional se aplica a todos", numa mensagem velada tanto às forças israelitas como aos milicianos palestinianos do Hamas, movimento islamita que controla o enclave. "Todas as vidas importam, não há hierarquia", sublinhou o presidente francês após o encontro com al-Sisi, após nos últimos dias ter-se reunido com outros líderes regionais, incluindo o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
O chanceler austríaco disse ao presidente israelita que a sua visita a Israel é "um sinal" da "luta conjunta contra o terrorismo", após os ataques do grupo islamita palestiniano Hamas, que mataram mais de 1400 pessoas. "Estamos aqui hoje lado a lado em solidariedade com Israel, com o povo de Israel e com a nossa luta conjunta contra o terrorismo", disse Karl Nehammer a Isaac Herzog.
"Condenamos o hediondo ataque terrorista do Hamas a Israel em 7 de outubro e o bárbaro assassinato de civis inocentes. O Hamas deve libertar os reféns imediata e incondicionalmente. Há também um cidadão austro-israelita com dupla nacionalidade entre os reféns, com cujo pai irei encontrar-me hoje", afirmou.
E prosseguiu: "Israel tem todo o direito de se defender, em conformidade com o Direito internacional, porque o terrorismo nunca tem justificação. Temos de lutar contra o terrorismo aqui e agora com todas as nossas forças, impedindo assim que se propague na região e muito para além dela".
O PS manifestou apoio às posições assumidas pelo secretário-geral da ONU sobre o conflito entre Israel e o Hamas, lamentou as "más interpretações" das palavras de António Guterres e criticou a "política de barricada" neste conflito. "Prestamos toda a solidariedade e apoio às declarações do secretário-geral das Nações Unidas. O que se tem passado nas últimas horas é fruto de uma má interpretação das palavras" de António Guterres, declarou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Francisco César.
Francisco César assinalou que a posição do PS sobre o conflito entre Israel e o Hamas coincide com a das Nações Unidas. "No passado dia 7, o Hamas perpetrou um atentado terrorista que não tem qualquer tipo de justificação e que teve um enorme impacto na população de Israel. A libertação dos reféns que o Hamas tem em seu poder é fundamental, deve ser imediata e sem qualquer tipo de condições", frisou o dirigente da bancada socialista.
Francisco César observou que Israel "tem o direito e o dever de se defender", mas apontou que a autodefesa "tem regras que estão presentes no Direito Internacional Humanitário e que devem ser cumpridas". "Quando essas regras não são cumpridas faz com que aquele que atacou, violando os direitos humanos, não tenha a resposta adequada de uma democracia ocidental como a do Estado de Israel, que tem o dever e a obrigação de fazer jus ao exercício da democracia que o seu próprio Estado pratica", disse.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, apoiou o secretário-geral da ONU, António Guterres, e os seus apelos em relação ao conflito no Médio Oriente, após Israel ter exigido a sua demissão por declarações sobre a ação do Hamas.
"Quero transmitir toda a minha afeição e todo o apoio do Governo de Espanha e da sociedade espanhola ao nosso secretário-geral das Nações Unidas, que penso que o que está a fazer é a levantar a voz por uma grande maioria das sociedades do mundo que querem uma pausa humanitária" no conflito, sublinhou.
Para Sánchez, o que Guterres está a fazer é a falar por uma grande maioria dos países do mundo que querem que se ponha fim ao "desastre humanitário" que o conflito está a provocar.
Uma escola de Gaza que abrigava mais de 4600 deslocados ficou seriamente danificada na sequência de um ataque israelita, disse a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
Uma pessoa morreu e 44 ficaram feridas, incluindo nove crianças.
Israel aceitou adiar a ofensiva terreste em Gaza, a pedido dos EUA. De acordo com o "The Guardian", o Governo americano pediu tempo para colocar o seu sistema de defesa aérea na região antes da ofensiva terrestre.
O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta quarta-feira, numa pequena nota publicada no portal da Presidência, que as declarações de António Guterres sobre o conflito israelo-palestiniano são "conformes à salvaguarda dos valores e princípios decorrentes da Carta das Nações Unidas".
O secretário de Relações Exteriores britânico, James Cleverly, anunciou no X (antigo Twitter) que o avião com ajuda humanitária do Reino Unido já chegou ao Egito.
Israel rejeitou esta quarta-feira as palavras do presidente turco, Erdogan, que defendeu ontem que o Hamas “não é uma organização terrorista”. Numa publicação nas redes sociais, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lior Haiat, defendeu que as suas palavras "não mudarão os horrores que o Mundo inteiro viu".
O presidente do Chega defendeu que o secretário-geral da ONU "não tem condições políticas" para continuar no cargo e propôs que a Assembleia da República condene as declarações de António Guterres.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, André Ventura manifestou "incómodo e insatisfação" com as palavras do secretário-geral da ONU, que afirmou ser "importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo", e que "o povo palestiniano tem sido submetido a 56 anos de ocupação sufocante".
O líder do Chega quer que o parlamento "tome uma posição clara de condenação das palavras" de António Guterres quanto ao conflito entre Israel e o Hamas e defendeu que o antigo primeiro-ministro "não tem condições políticas para ser secretário-geral da ONU", pedindo a sua demissão.
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, apoiou esta quarta-feira a postura do secretário-geral da ONU, António Guterres, face ao que considera "chantagem moral e política" por parte do Governo israelita, que exigiu a sua demissão.
Na terça-feira, Guterres disse perante o Conselho de Segurança que os ataques lançados pelo Hamas, em 7 de outubro, "não surgiram do nada" e criticou a "sufocante" ocupação israelita, uma tese que para o chefe da Liga Árabe representa "uma posição moral sólida", compatível com a defesa dos Direitos Humanos.
Hoje, Abul Gheit afirmou num comunicado que o "vergonhoso" ataque israelita visa apenas silenciar as vozes que expressam a verdade em público e apelou a que saiam em defesa da população civil palestiniana.
O número de pessoas no planeta deslocadas das suas casas à força superou os 114 milhões, um número recorde, anunciou esta quarta a Organização das Nações Unidas (ONU).
"O número de pessoas deslocadas por guerras, perseguição, violência e violações dos direitos humanos superou, provavelmente, os 114 milhões no fim de setembro", afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Uma fonte da agência confirmou à AFP que se trata de um número recorde.
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Aplaudido por uns e criticado por outros, o secretário-geral da ONU, António Guterres, está sob a luz dos holofotes depois de ter feito declarações polémicas sobre o conflito entre Israel e o Hamas.
Na terça-feira, Guterres afirmou, numa reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, que "é importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo" e que "o povo palestiniano tem sido submetido a 56 anos de ocupação sufocante". O secretário-geral da ONU disse ainda que "as reivindicações do povo palestiniano não podem justificar os ataques terríveis do Hamas", assim como "esses ataques terríveis não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano".
Durante a intervenção, Guterres condenou "inequivocamente os atos de terror horríveis e sem precedentes do Hamas em Israel" e disse que "nada pode justificar a morte, os ferimentos e o rapto deliberados de civis - ou o lançamento de foguetes contra alvos civis".
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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, confessou esta quarta-feira estar "chocado" com as "deturpações" do seu discurso sobre o conflito israelo-plaestiniano, que enfureceram Israel.
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O primeiro-ministro português enviou uma mensagem de solidariedade ao secretário-geral das Nações Unidas, considerando que, perante a "tragédia humanitária", tem sido "exemplar" na afirmação humanista do Direito Internacional, disse à agência Lusa fonte oficial do executivo.
Esta mensagem de António Costa surge na sequência do discurso que António Guterres proferiu, na terça-feira, numa reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, em que afirmou que "é importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo" - uma posição que levou Israel a pedir a sua "imediata demissão" do cargo de secretário-geral da ONU.
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Segundo o governo do Hamas em Gaza, os ataques aéreos israelitas contra o território palestiniano durante a noite mataram pelo menos 80 pessoas.
"Mais de 80 pessoas foram martirizadas e centenas ficaram feridas nos massacres cometidos pelos ataques da ocupação (Israel)" durante a noite, indicou em comunicado.
Na terça-feira, o Ministério da Saúde do Hamas indicou que um total de 5791 pessoas tinham sido mortas em ataques aéreos e de artilharia desde o ataque do Hamas em 7 de outubro que, segundo Israel, causaram 1400 mortos.
Portugal "compreende e acompanha" a posição do secretário-geral das Nações Unidas sobre o conflito entre Israel e o Hamas, que motivou um pedido de demissão de António Guterres por Telavive, disse esta quarta-feira à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros.
"Compreendemos e acompanhamos inteiramente a posição de António Guterres, que foi inequívoco quando condenou o terrorismo do Hamas, que é absolutamente inaceitável. Foi absolutamente cristalino na análise que fez", afirmou à Lusa João Gomes Cravinho, que lamentou esta polémica entre o Governo de Israel e o secretário-geral da ONU.
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O secretário de Estado britânico para a Imigração, Robert Jenrick, diz que o secretário-geral da ONU, António Guterres, deve retratar-se dos comentários que fez sobre os ataques do grupo islamita palestiniano Hamas a Israel.
"Penso que [Guterres] está errado porque deu a entender que havia uma justificação para o que aconteceu em Israel há duas semanas", afirmou o governante, em declarações à estação de televisão ITV. Não existe justificação possível para os ataques do Hamas em Israel, defendeu, frisando: "Ninguém, deliberadamente ou de outra forma, deveria insinuar que havia algo que justificasse o sucedido".
"Portanto, nesse sentido, penso que ele [Guterres] estava errado. Espero que não tenha sido isso que ele quis dizer. Mas se foi, deve retirar o que disse", acrescentou.
O secretário de Estado recusou dizer se o Governo britânico apoia Israel no pedido de demissão de Guterres.
O Reino Unido defende "pausas específicas" em vez de um cessar-fogo dos bombardeamentos de Israel na Faixa de Gaza para providenciar ajuda humanitária aos palestinianos.
Durante o debate semanal no parlamento, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, reiterou o direito de Israel se defender de ataques do grupo islamita Hamas mas reconheceu ser importante haver oportunidade para que os cidadãos britânicos possam sair de Gaza, os reféns sejam libertados e a ajuda humanitária possa entrar.
"Reconhecemos que, para que tudo isso aconteça, tem de haver um ambiente mais seguro, o que, evidentemente, exige pausas específicas, distintas de um cessar-fogo", vincou.
"Consideramos que Portugal, ao nível da Presidência da República, Governo, Assembleia da República, tem de ter um posicionamento numa perspetiva de encontrar uma solução de paz, de cumprimento das resoluções das Nações Unidas e de respeito pelo direito da Palestina. As palavras do secretário-geral das Nações Unidas são neste sentido", declarou a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, em conferência de imprensa no parlamento.
"O Hamas não é uma organização terrorista, mas um grupo de libertação que luta para proteger a sua terra e os seus cidadãos", disse o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, durante uma reunião do partido governamental no parlamento de Ancara.
Erdogan atacou as potências ocidentais "que choram por Israel e não fazem mais nada", acusando-as de hipocrisia. "O facto de aqueles que mobilizaram o mundo a favor da Ucrânia não se pronunciarem contra os massacres em Gaza é o sinal mais flagrante da sua hipocrisia", afirmou.
O Ministério da Saúde do Hamas indicou que pelo menos 6546 palestinianos morreram e outros 17.439 ficaram feridos devido aos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, realizados em retaliação pelo ataque do movimento islamita Hamas contra Israel.
De acordo com a fonte, entre os mortos há 2704 crianças, 1584 mulheres e 364 idosos.
Ezat al-Sharq, membro do escritório político do Hamas, explicou num comunicado que Israel está "a destruir as infraestruturas, a bombardear hospitais, escolas, mesquitas, igrejas e instituições governamentais civis, a cortar a água, a eletricidade e a internet (...)".
A polícia de Israel deteve 110 pessoas por alegadamente incitarem a violência ou elogiarem o grupo islamita Hamas após os ataques de 7 de outubro, que provocaram cerca de 1.400 mortos em território israelita.
Desde o início das hostilidades, a polícia israelita já deteve 110 suspeitos e acusou formalmente 17 pessoas, referem as autoridades numa mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter), acrescentando que foram abordadas mais de 270 publicações por "incitamento à violência, apoio ou elogio a organizações terroristas", o que resultou na abertura de 126 processos.
"A equipa da Divisão de Investigação e Inteligência [da polícia de Israel] tem operado num formato reforçado desde o início da guerra para tratar de todos os assuntos relacionados com suspeitos que incentivam a violência e se identificam ou apoiam a organização terrorista Hamas", refere a mesma mensagem.
Por isso, sublinha a instituição, "a polícia de Israel continuará o seu trabalho para localizar e confrontar os instigadores da violência e dos atos de terrorismo, bem como qualquer pessoa que aplaude estes atos nas redes sociais, onde quer que estejam".
O exército israelita acusou esta quarta-feira o Irão de ter ajudado o grupo islamita palestiniano Hamas no ataque de 7 de outubro contra Israel, em que foram mortas 1400 pessoas e mais de 200 feitas reféns.
"O Irão ajudou diretamente o Hamas antes do ataque com treino militar, fornecimento de equipamento e armas, informação de inteligência e fundos", disse o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, citado pela agência espanhola EFE.
Hagari afirmou durante uma conferência de imprensa em Jerusalém que o Irão continua a ajudar o grupo palestiniano que controla a Faixa de Gaza, fornecendo informações e realizando ciberataques em diferentes partes do mundo contra Israel.
Os negociadores do Catar envolvidos nos esforços para libertar reféns feitos pelo Hamas durante o ataque a Israel estão "esperançosos" de conseguir novas libertações, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país.
Nos últimos dias, Doha conseguiu a libertação de quatro reféns: dois norte-americanos na sexta-feira e dois israelitas na segunda-feira. Regista-se "mais abertura na vontade política entre as duas parte" após a libertação de duas mulheres israelitas, disse o porta-voz do Ministério, Majed Al-Ansari, à agência France-Presse.
O Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana (AP) anunciou esta quarta-feira que mais de uma centena de palestinianos foram mortos na Cisjordânia durante operações do exército israelita.
O balanço de 101 mortes na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental, surge num contexto que já era muito tenso nos territórios ocupados por Israel mesmo antes da guerra na Faixa de Gaza.
Há alguns meses, houve um aumento da violência na Cisjordânia com ataques regulares realizados pelas forças israelitas e ataques de colonos de Israel contra a população palestiniana. A guerra na Faixa de Gaza aumentou ainda mais a tensão na Cisjordânia.
O exército israelita reivindicou esta quarta-feira a morte de um comandante Hamas durante um ataque "em grande escala" feito durante a noite contra infraestruturas militares do grupo islamita palestiniano na Faixa de Gaza.
Um porta-voz do exército disse tratar-se de Taysir Mubasher, comandante de um batalhão do norte de Khan Yunis e antigo responsável pelas forças navais do Hamas.
Mubasher é o nono oficial superior das Brigadas al-Qasam, o braço armado do Hamas, que Israel disse ter matado em ataques na Faixa de Gaza na guerra contra as milícias islamitas que dominam o enclave.
"Tinha uma vasta experiência militar como comandante, dirigindo ataques terroristas, e está ligado a altos funcionários do Hamas, incluindo Mohamed Deif, o comandante supremo da ala militar do Hamas", disse o porta-voz, citado pela agência espanhola EFE.
O presidente francês, Emmanuel Macron, vai encontrar-se esta quarta-feira com o homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, no Cairo, anunciou a presidência francesa.
Depois de ter estado em Israel e Ramallah, na terça-feira, Macron deverá manter conversações com o rei Abdullah II da Jordânia em Amã, durante a manhã, antes de seguir para o Cairo, segundo a agência francesa AFP.
Gilad Erdan, embaixador de Israel na ONU, anunciou na rádio do Exército que a emissão de vistos para representantes das Nações Unidas será recusada na sequência das observações de António Guterres sobre o conflito.
"Chegou a hora de lhes dar uma lição", referiu, frisando que já foi recusado o visto ao subsecretário-geral para os assuntos humanitários, Martin Griffiths.
O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, reuniu-se esta quarta-feira com dois líderes do movimento islamita Hamas e da Jihad Islâmica, num encontro em que se acordou manter a "coordenação" entre todos.
"Foi decidido continuar com a coordenação e com a vigilância da evolução diária dos acontecimentos de forma permanente", explicou o Hezbollah num comunicado, após terminar a reunião do seu líder com o secretário-geral da Jihad Islâmica, Ziad Nakhala, e o alto dirigente do Hamas Saleh Al-Arouri.
Segundo a nota, durante o encontro, os três discutiram também "o que os partidos do eixo da resistência devem fazer nesta fase delicada para alcançar uma verdadeira vitória da resistência em Gaza e na Palestina, bem como travar a agressão traiçoeira e brutal contra o povo oprimido".
Entre os assuntos discutidos estiveram também as posições internacionais, os últimos desenvolvimentos na guerra de Gaza e os ataques cruzados que o Hezbollah mantém a Israel a partir do sul do Líbano.
O vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini criticou esta quarta-feira o secretário-geral da ONU, António Guterres, por ter afirmado que os ataques do grupo islamita Hamas em Israel foram terríveis, mas não aconteceram do nada.
Salvini considerou os comentários de Guterres "graves e inaceitáveis", segundo a agência italiana ANSA.
O também ministro dos Transportes e Infraestruturas disse que "não pode haver justificação para o terrorismo".
Guterres condenou na terça-feira os "atos de terror" do Hamas de 7 de outubro, mas disse que "não aconteceram do nada", referindo que os palestinianos foram sujeitos "a 56 anos de ocupação sufocante".
"Viram as suas terras serem continuamente devoradas por colonatos e assoladas pela violência, a sua economia foi sufocada, as suas pessoas foram deslocadas e as suas casas demolidas", afirmou.
"As suas esperanças de uma solução política para a sua situação têm vindo a desaparecer", acrescentou o antigo primeiro-ministro português na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
A guerra entre Israel e o Hamas já está a afetar as economias dos países vizinhos, disse a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) num fórum de investidores sauditas, esta quarta-feira. "Se olharmos para os países vizinhos - Egito, Líbano, Jordânia - os canais de impacto já são visíveis", afirmou Kristalina Georgieva.
"O que vemos é mais nervosismo num mundo que já é ansioso", defendeu. "Temos países que dependem do turismo - a incerteza é um assassino para o fluxo de turistas", acrescentou, descrevendo o custo económico potencial para os países da região antes de enumerar os riscos específicos.
"Os investidores vão ter vergonha de ir para esse sítio. O custo dos seguros - se quisermos transportar mercadorias, aumentam. Riscos de ainda mais refugiados em países que já estão a aceitar mais", enumerou.
"Eu estou profundamente preocupado com violações claras do Direito Internacional Humanitário que estamos a testemunhar em Gaza. Deixem-me ser claro: nenhuma parte num conflito armado está acima do Direito Internacional Humanitário", disse António Guterres, na terça-feira, numa sessão do Conselho de Segurança da ONU, sem nomear explicitamente Israel. “É importante reconhecer também que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo. O povo palestiniano foi submetido a 56 anos de ocupação sufocante”, disse.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, refutou as críticas, contrapondo com os ataques a civis pelo Hamas. "Senhor Secretário-geral, em que mundo é que vive?", questionou. O embaixador do Estado judaico nas Nações Unidas, que pediu a renúncia do português, escreveu na rede social X que o secretário-geral “expressou uma compreensão pelo terrorismo e pelo assassinato” e “está completamente desconectado da realidade”. O embaixador israelita em Portugal, Dor Shapira, destacou que a ONU “perdeu a sua credibilidade ao trair o Mundo livre”.
O dia de terça-feira ficou ainda marcado pela visita do presidente francês Emmanuel Macron a Israel e Cisjordânia. Esta quarta-feira está na Jordânia.
Reveja aqui os principais momentos do 17º dia de guerra em Gaza.