O Governo exonerou com “efeitos imediatos” todos os membros da administração (Mesa) da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, incluindo a provedora. O Executivo justifica, em comunicado, que a decisão se tornou “inevitável” porque Ana Jorge foi “incapaz” de reverter a grave crise financeira da instituição.
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“Infelizmente, esta decisão tornou-se inevitável por a Mesa, agora cessante, se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição”, lê-se no comunicado divulgado pelo Governo.
Ana Jorge, recorde-se, tomou posse há quase um ano e pediu, pouco depois, uma auditoria externa ao negócio de internacionalização lançado pelo seu antecessor Edmundo Martinho. Os resultados intercalares revelaram indícios de práticas ilícitas na gestão das empresas criadas no Brasil. A suspensão do negócio agravou a crise financeira. “Apesar de ter detetado, em junho do ano passado, uma iminente rutura de tesouraria, a administração cessante não tomou as medidas adequadas que se impunham”, acusa o Governo.
Ana Jorge reuniu-se no dia 12 de abril com a nova ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, que lhe pediu um plano de reestruturação urgente em duas semanas. A provedora terá alegado incapacidade para cumprir o prazo e foi chamada ontem ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para lhe ser comunicada a exoneração. O plano de atividades para 2024 já previa uma reestruturação.
"Ao longo do último ano, não foi apresentado um plano estratégico ou de reestruturação, nem tão pouco um plano para fazer face às fortes quebras
sentidas pela diminuição das receitas provenientes dos Jogos Sociais, principal fonte de rendimento da instituição", lê-se no comunicado.
O Iniciativa Liberal já defendeu a ida da ministra e de Ana Jorge ao Parlamento para prestarem esclarecimentos. "É muito importante perceber o processo de internacionalização", referiu à SIC Notícias, a líder paramentar do IL, Mariana Leitão.