Estudantes ocupam duas faculdades de Lisboa pelo fim da guerra em Gaza e dos combustíveis fósseis
Estudantes ocuparam, esta segunda-feira, a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa para reivindicar "um cessar fogo incondicional e imediato em Gaza e o fim ao fóssil até 2030".
Corpo do artigo
"A ocupação da Faculdade de Psicologia foi só o começo da nossa luta", disse Leonor Chicó, estudante da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, segundo um comunicado enviado às redações. "Durante o fim de semana, organizámo-nos e preparámo-nos para as próximas semanas. Hoje voltamos, mais e com mais força, prontos para ocupar estas duas faculdades até vencermos".
Em declarações à agência Lusa, a porta-voz da Greve Climática Estudantil, Catarina Bio, disse que "não foi - nem será - pedido qualquer tipo de autorização" às faculdades para a realização das ocupações.
Pelas 15.30 horas, os jovens foram chamados a reunir-se com o diretor da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, mas não com o da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Até ao momento, não foram chamadas as autoridades policiais aos locais ocupados.
Na semana passada, estudantes universitários e do ensino secundário portugueses ligados a movimentos como a Greve Climática Estudantil e Estudantes pela Justiça na Palestina protestavam na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, em cujo edifício funciona também o Instituto de Educação.
Representantes do protesto estudantil disseram à agência Lusa que, na noite de quinta-feira passada, oito pessoas foram detidas e outras obrigadas a abandonar o local pela PSP, que não comentou a ocorrência. A PSP garantiu apenas que usou a "força estritamente necessária" para retirar os estudantes que ocuparam a faculdade. A Universidade de Lisboa, por sua vez, justificou o recurso à polícia para acabar com um protesto com a necessidade de "repor a segurança de bens, equipamentos e pessoas".
A ocupação aconteceu depois de um protesto estudantil a exigir o fim da ofensiva israelita em Gaza ter sido iniciado nas universidades norte-americanas e se ter estendidos a várias cidades na Europa, Canadá, México e Austráila.