Três pessoas foram detidas em Espanha por suspeita de estarem relacionadas com o ataque este mês, em Madrid, ao ex-líder do Partido Popular na Catalunha e fundador do Vox (extrema-direita) Alejo Vidal-Quadras, disseram hoje fontes policiais.
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As três pessoas, dois homens e uma mulher, foram detidas na madrugada passada nas cidades de Granada e Málaga, no sul de Espanha, mas apesar da suspeita de estarem relacionadas com o ataque, nenhuma é suspeita de ser autora material do crime, segundo as mesmas fontes.
Alejo Vidal-Quadras, de 78 anos, que foi também vice-presidente do Parlamento Europeu entre 1999 e 2014, foi atingido por um tiro na cara em 09 de novembro, numa rua do centro de Madrid.
O disparo foi feito por uma pessoa que fugiu numa moto conduzida por outra, segundo a polícia e testemunhas.
O ataque foi considerado potencialmente terrorista e Vidal-Quadras disse à polícia que tem relações com a oposição iraniana e que por trás do caso poderia estar o regime de Teerão.
O Conselho Nacional da Resistência do Irão (CNRI) - há muitos anos ligado a Alejandro Vidal-Quadras e financiador da campanha do Vox nas eleições de 2014 -- condenou "energicamente" o ataque, logo no dia 09 de novembro, e classificou-o como terrorista, sublinhando a animosidade de Teerão em relação ao político espanhol.
"É do domínio público a virulenta inimizade" do regime do Irão com Vidal-Quadras, que "foi um dos primeiros políticos" que Teerão incluiu na sua lista de terroristas, disse o CNRI, num comunicado.
O CNRI financiou em cerca de 80% a campanha do Vox para as eleições europeias de 2014, como admitiu o partido espanhol em 2020.
O grupo sublinhou que se relacionou com Vidal-Quadras nos últimos 25 anos e destacou o "papel fundamental e inesquecível" que o fundador do Vox desempenhou para que o movimento dos 'Mujahidines' do Povo do Irão (MKO/OMPI) fosse retirado da lista de organizações terroristas da União Europeia (UE) e "milhares" dos seus membros fossem protegidos no campo de refugiados de Ashraf, onde se encontravam no Iraque, e transportados em segurança para fora desse país.
No mesmo dia, a embaixada do Irão em Espanha condenou "firmemente qualquer tipo de operação terrorista", sem mencionar o ataque a Alejo Vidal-Quadras.
"Com 17 mil vítimas inocentes dos atos terroristas da seita MKO, a nação iraniana foi e é uma das maiores e mais antigas vítimas do terrorismo", sublinhou a embaixada numa declaração publicada na rede social X (antigo Twitter).
A representação diplomática do Irão em Espanha acrescentou que "a luta contra o terrorismo e a entrega à justiça dos autores dos atos terroristas" é "um dos princípios e prioridades da política externa da República Islâmica do Irão".
As fontes policiais citadas hoje pelos meios de comunicação espanhóis disseram que os três detidos são todos de nacionalidade espanhola.