Quatro ativistas climáticos detidos por protesto antes do Conselho de Ministros
Vinte estudantes do grupo Greve Climática Estudantil bloquearam, esta quinta-feira de manhã, as entradas do local da reunião do Conselho de Ministros, em Algés, no concelho de Oeiras. Pelo menos quatro ativistas foram detidos.
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Os estudantes usaram cola e alguns estavam emparelhados com tubos de ferro que tapam as mãos e os braços, agarrados uns aos outros nas portas de acesso ao edifício das instalações do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), onde a reunião interministerial estava prevista começar às 9.30 horas.
Devido ao protesto, que teve início pelas 7.30 horas, pelo “fim ao fóssil até 2030” e a “eletricidade 100% renovável e acessível até 2025”, a Unidade Especial da PSP reforçou a presença no local.
Pouco antes das 10 horas, os portões da entrada principal foram abertos e pelo menos quatro jovens foram detidos e levados algemados para os veículos policiais. Um deles decidiu não caminhar, tendo sido arrastado por dois polícias.
"É inaceitável que os governos não coloquem nas reuniões a crise climática no centro da mesa de discussão. A humanidade registou os meses mais quentes de sempre e vai ser mais intenso. Já sabíamos disto quando começámos os primeiros protestos em 2019", disse à Lusa, no local, Beatriz Xavier, porta-voz dos ativistas.
A porta-voz afirmou ainda que os estudantes "não queriam estar aqui", mas precisam de se manifestar. "Somos desprezados. Segundo o último relatório da ONU, estamos no limite. O ano 2023 é fulcral", acrescentou.
Na porta principal os ativistas colocaram um cartaz onde se lia "último inverno de gás", alertando para os perigos da descarbonização.
Além dos ativistas que se prenderam às grades e aos portões, outros elementos do grupo de estudantes estiveram presentes de forma pacífica.
"Vamos saber em que esquadra estão e vamos manifestar-nos à porta", disse Beatriz Xavier, após a ação da PSP que pôs fim ao protesto.