Ter uma turma especialmente boa ou má, grande ou pequena ou o facto de, pela primeira vez, fazer exames de Humanidades e não só de Ciências podem ser suficientes para influenciar a posição no ranking das escolas.
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Um exemplo é o do Colégio Horizonte, no Porto. Habituado aos lugares cimeiros da lista, no ano anterior caído a pique, devido à média obtida por um grupo de alunas que tinham sido admitidas há pouco tempo, disse a diretora, Margarida Santos. No ano passado, o Horizonte teve a maior subida no ranking, um regresso "ao local natural".
Com a mesma justificação, o Euro-Atlântico saltou 505 lugares. A direção pedagógica disse que em 2012, pela primeiro vez, levou alunos a exame de 12.º ano, o que, a par de fatores como obras nos edifícios, ditou uma média pior. A nota do ano passado segue-se por isso à "análise e correção" e "erros" passados.
A Básica e Secundária do Porto Moniz, no Norte da Madeira, é uma escola pequena, pelo que, lembra a diretora Ana Cavaleiro, um ou dois alunos podem influenciar a média. O argumento vale para todas, mas Ana Cavaleiro apresenta outro, próprio: no ano passado, pela primeira vez, a escola foi a exame a Humanidades, e não só a Ciência e Tecnologia. De resto, garante, a filosofia é a mesma: dar aos alunos uma "boa preparação a cada ciclo".
No outro extremo está a Escola Secundária de Maximinos, integrada nos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP). Confrontado com a quebra do último ano, António Pereira, diretor do agrupamento, tem dificuldade em encontrar explicação. "O corpo docente e as estratégias são as mesmas e têm dado excelentes resultados, até agora", disse. O responsável lembra que esta foi a única secundária de Braga excluída das obras da Parque Escolar. "Travamos um combate desigual na captação dos melhores alunos, temos de trabalhar muito mais para ter o mesmo resultado", diz. Também a analisar os resultados está a Padre António de Andrade, de Oleiros. António Cavaco é diretor há pouco e admite que o ano de exceção foi o anterior, quando uma turma particularmente boa elevou a escola a níveis nunca antes atingidos. Para repetir a façanha, quer contratualizar autonomia com o ministério. "Hoje há desvalorização total da escola, estamos a regredir na perceção que a sociedade tem da importância do ensino". É mesmo isso que quer contrariar.
