A manifestação dos clientes lesados do papel comercial do BES à porta da casa do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, está ao rubro. Há dois cordões policiais à porta do prédio onde vive Carlos Costa, no Parque das Nações, em Lisboa. Já houve pelo menos uma tentativa de os furar.
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Depois de terem estado, durante toda a manhã, a protestar à porta da antiga-FIL, na Junqueira, onde teve lugar um encontro de quadros do Banco de Portugal (BdP), com a presença do governador, os clientes lesados do BES rumaram para a porta da casa de Carlos Costa, onde neste momento protestam de forma muito ruidosa e exaltada.
O trânsito na rua está cortado, dada a quantidade de pessoas presentes, e há muitos polícias no local, incluindo elementos do Corpo de Intervenção da PSP. O JN assistiu à entrada de três polícias para o interior do prédio para reforço da segurança.
Os clientes estão exaltados e manifestam a sua revolta por ainda não terem sido reembolsados das suas poupanças, que foram aplicadas em papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES), muitos deles julgando que estavam a investir em depósitos a prazo e sem qualquer tipo de risco.
Esta semana, alguns clientes começaram a receber cartas do Novo Banco sugerindo que reclamem os seus créditos junto de sociedades do GES que estão em liquidação no Luxemburgo, a ESI e a Rioforte, uma sugestão que consideram "inaceitável".
Os manifestantes insurgem-se contra a atuação do governador do Banco de Portugal - que terça-feira será ouvido sobre este caso no Parlamento - e acusam-no de ter "lavado as mãos como Pilatos".
No protesto participam clientes de todo o país, incluindo Lisboa, Porto, Viseu e Marinha Grande.