A polícia militar brasileira ocupou, este domingo de madrugada, a favela da Rocinha, a maior do Rio de Janeiro, dominada há décadas pelos traficantes de droga. Agentes procedem agora a buscas por armas e droga. A operação de pacificação também abrangeu os morros do Vidigal e Chácara do Céu.
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Os principais acessos às favelas da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu foram bloqueados a partir das 02.30 horas locais e só foram rebaertos cerca das 07.30 horas.
A operação iniciou-se, às 04.09 horas, com a entrada de mais de uma dezena de veículos blindados das Forças Armadas e de 40 homens do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) na favela situada na zona sul do Rio de Janeiro, enquanto um helicóptero sobrevoava a região.
Às 06.20 horas, o comandante do BOPE, tenente-coronel Réne Alonso, anunciou que a favela da Rocinha estava dominada. "A Rocinha está tomada e a situação está tranquila", disse, citado pelo "Globo". Os agentes estão agora a proceder a buscas por drogas, armas e criminosos, acrescentou.
Segundo o "Folha de S. Paulo", os agentes encontraram barricadas no Vidigal para evitar o avanço dos blindados e, na Rocinha, foi derramado óleo na estrada com a mesma finalidade. Mas não houve confrontos, nem trocas de tiros.
Um jovem de 29 anos, que estava foragido há sete, foi detido perto da escola de samba da Rocinha. Foi levado por dois amigos ao hospital de campanha montado no local para dar apoio à operação e a polícia acabou por o identificar e deter. Apresentava sinais de embriaguez e terá dito que tinha consumido drogas.
A "Operação Choque de Paz", que tem como fim a instalação na Rocinha de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), mobilizou três mil homens das polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal, além de 194 fuzileiros navais, 18 veículos blindados, quatro helicópteros da Polícia Militar e três da Polícia Civil.
Os helicópteros sobrevoaram a Rocinha e lançaram panfletos apelando aos moradores para denunciarem os esconderijos dos traficantes com a mensagem: "Sua comunidade está sendo pacificada".
Após o controlo da favela, as autoridades encontraram 13 armas enterradas e apreenderam várias motas roubadas, além de vários tipos de droga.
A operação foi precedida por diversas acções de inteligência, desde o início de Novembro, com o objectivo de identificar potenciais pontos de esconderijo e rotas de fuga dos traficantes, assim como debilitar o poderio defensivo e económico da fação criminosa que controla a região.
Na madrugada de quinta-feira, o chefe do tráfico da favela, António Bonfim Lopes, conhecido como "Nem", foi preso ao tentar fugir na bagageira de um carro.