A imprensa francesa salienta, esta sexta-feira, depois da cimeira extraordinária de líderes da Zona Euro em que ficou acordado um novo plano de ajuda à Grécia, um certo alívio temperado por dúvidas em relação à recuperação da crise que a Europa atravessa.
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"Este acordo constitui sem qualquer dúvida uma verdadeira viragem económica. Mas será ele politicamente suficiente?", questiona o jornal económico "Les Echos".
"Será este novo plano suficiente? A Grécia levará forçosamente muito tempo a recuperar", constatou o "France Soir".
O económico "Tribune" é praticamente o único diário francês a demonstrar entusiasmo com os resultados da cimeira de quinta-feira em Bruxelas: "Já não se trata de salvar a Grécia mas a Zona Euro", escreve.
Para o "Le Figaro", diário de direita, a "solução alcançada traz uma lufada de ar fresco para as outras economias ameaçadas pelos mercados", mas "dependerá da aplicação das decisões anunciadas".
Já o "Libération", de esquerda, considera que os resultados da cimeira são "sinais concretos que revolucionam a governança europeia".
O "L"Humanité" (comunista) salienta indignação com a ideia de que a "espada de Dâmocles da dívida continue a pesar sobre as nossas cabeças enquanto o poder de prejudicar os mercados financeiros não for limitado".
Os líderes da Zona Euro anunciaram na quinta-feira, em Bruxelas, um segundo plano de resgate da Grécia, no valor de 158 mil milhões de euros, com a contribuição significativa dos bancos e também do Fundo Monetário Internacional (FMI).
De acordo com a declaração final da cimeira, a nova ajuda à Grécia é composta por 109 mil milhões de empréstimos oriundos da Europa e do FMI e o restante, cerca de 50 mil milhões de euros, são provenientes do sector privado credor da Grécia.