O Fundo Monetário Internacional tenciona cessar as ajudas financeiras à Grécia, o que poderá lançar este país da zona euro na falência já em setembro, noticia, este domingo, o semanário Der Spiegel, na sua edição eletrónica.
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A intenção do FMI de não libertar mais dinheiro do programa de ajustamento financeiro negociado com Atenas já foram comunicadas à União Europeia, garante o magazine alemão, citando fontes diplomáticas em Bruxelas.
Atualmente, a chamada 'troika' do Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia e FMI está em Atenas a examinar o cumprimento do memorando de entendimento.
Numerosos especialistas já advertiram, porém, que a Grécia não conseguirá reduzir a sua dívida pública a 120 % do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, objetivo central do programa traçado para reequilibrar as suas finanças públicas.
Atenas obteve até agora, desde maio de 2010, dois resgates no total de 240 mil milhões de euros, além de um perdão superior a 50 % da dívida por parte da grande maioria dos credores, mas a situação económica do país continua a ser muito crítica.
Se a Grécia obtiver mais tempo para cumprir o programa de ajustamento financeiro, como o novo governo de Antonis Samaras exige, isso custará à UE e ao FMI mais 50 mil milhões de euros, segundo cálculos da 'troika'.
Acontece que muitos governos da zona euro já não estão dispostos a emprestar mais dinheiro a Atenas, e a Finlândia e a Holanda condicionaram futuras ajudas à participação do FMI.
O risco de uma saída da Grécia da zona euro é, entretanto, considerado "controlável" pelos parceiros da moeda única, como o ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, garantiu há algumas semanas, em entrevista ao Der Spiegel.