O ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, garantiu esta quarta-feira que a Grécia obteve mais dois anos suplementares para o cumprimento do memorando de entendimento negociado com a 'troika' de credores internacionais.
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Desde julho que o Governo de coligação grego tenta chegar a acordo com os credores internacionais (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) sobre a aplicação de novos cortes orçamentais de 13,5 mil milhões de euros para os próximos dois anos, e que implica a adoção de renovadas medidas de austeridade.
O atual programa de resgate, que inclui dois avultados empréstimos que ultrapassam os 230 mil milhões de euros e implica a adoção de amplo programa de reformas, deveria ficar concluído no final de 2014. A Grécia já tinha solicitado a extensão do programa até 2016.
Em declarações no Parlamento, Stournaras referiu esta quarta-feira que a Grécia garantiu uma extensão para a conclusão do programa de reformas, mas sem adiantar mais detalhes.
Sem este prolongamento, referiu, o Governo seria forçado a promover uma redução da despesa orçamental de 18,5 mil milhões de euros, mais cinco mil milhões que a soma atualmente prevista.
Em paralelo, um responsável do Ministério das Finanças afirmou que Stournaras chegou a acordo com a "troika" sobre o novo pacote de austeridade, cuja adoção foi exigida pelos credores internacionais.
O ministério quer apresentar dois projetos de lei, na próxima semana, no parlamento, para serem adotados antes de 12 de novembro, e formalizar os compromissos gregos.
O acordo Stournaras-"troika" deve ainda obter "luz verde" dos dirigentes da coligação governamental grega, liderada pelos conservadores da Nova Democracia (ND) do primeiro-ministro Antonis Samaras e que inclui três partidos, acrescentou o mesmo responsável.
Os ministros das Finanças da zona euro têm prevista uma reunião a 12 de novembro, durante a qual vão debater a concessão de uma parcela crucial dos empréstimos concedidos pelos credores (UE-FMI), de 31,5 mil milhões de euros, suspensa desde junho.
O primeiro-ministro conservador, Antonis Samaras, sublinhou a urgência desta entrega, ao indicar que o país estará sem fundos a 16 de novembro.
O novo pacote de rigor prevê também medidas de desregulamentação do mercado de trabalho, questões espinhosas para os dois dos partidos da coligação governamental grega, o socialista Pasok e a esquerda democrática Dimar.
Fonte do Ministério das Finanças grego tinha indicado, durante a manhã, que Stournaras procurava encontrar um compromisso com a "troika" sobre estas reformas.
Na terça-feira à noite, os dirigentes dos três partidos não conseguiram chegar a acordo sobre as novas medidas a aplicar.
