Milhares de habitantes da cidade espanhola de Lorca continuam sem saber quando podem regressar às suas casas depois de terem pernoitado na rua, em centros desportivos ou escolas, devido ao sismo que abalou a região. O alcaide local não quer ninguém mais a passar outra noite ao relento.
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O alcaide de Lorca, Francisco Jódar, afirmou que se descarta "por completo" que qualquer habitante da cidade "tenha de voltar a dormir ao relento", estando a ser mobilizados todos os espaços hoteleiros da região.
Entretanto, o ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba disse aos jornalistas que espera que todos os cidadãos que tenham que voltar a dormir fora de casa o façam "num sítio decente".
Para isso, explicou, estão a ser preparados espaços para receber 3500 pessoas e as autoridades estão a desenvolver "esforços adicionais" para aumentar essa capacidade de acolhimento.
Durante a noite, as zonas abertas da cidade transformaram-se em campos provisórios de acolhimento de deslocados, com muitos habitantes de Lorca sem alternativa e obrigados a dormir na rua.
Com menores e idosos, muitos dormiram com cobertores emprestados por outros familiares ou amigos ou distribuídos pelas equipas de emergência, que trabalharam para minorar os efeitos do sismo, que afectou especialmente alguns dos estrangeiros que vivem em Lorca, nomeadamente imigrantes africanos e sul- americanos que não tinham alternativa à casa onde viviam, e que tiveram que dormir na rua.
Já durante a noite equipas de emergência distribuíram comida e bebida quente, fazendo chegar aos afectados víveres oferecidos por empresas da cidade e de outras localidades.
Hoje alinhavam-se, ao lado de centenas de espanhóis em filas para a distribuição de comida, café e água.
Jodár explicou que a autarquia tem um gabinete de crise e um espaço de apoio aos cidadãos, que permite "minimizar" o impacto do sismo na vida dos residentes locais.