Anders Behring Breivik, autor dos ataques de julho de 2011 na Noruega que fizeram 77 mortos, não ficou surpreendido com o veredicto do tribunal de primeira instância de Oslo, disse, esta sexta-feira, um dos advogados de defesa.
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O tribunal norueguês considerou Anders Behring Breivik culpado de terrorismo, condenando o extremista de direita a 21 anos de prisão, uma pena renovável por períodos de cinco anos enquanto o preso for considerado perigoso.
"Afirmou que o veredicto não foi uma surpresa", afirmou o advogado Odd Ivar Goen, em declarações à edição online do jornal Vederns Gang, durante uma pausa na audiência.
O tribunal de Oslo reconheceu, por unanimidade, que o extremista de 33 anos é responsável pelos seus atos, contrariando uma das avaliações psiquiátricas oficiais a que Breivik foi submetido no último ano. Na primeira avaliação, realizada em novembro de 2011, os especialistas consideraram que o extremista era psicótico e inimputável.
O acusado, que pediu ao tribunal para ser reconhecido como criminalmente responsável, ouviu o veredicto com um sorriso nos lábios.
Durante o julgamento, que durou 10 semanas, Breivik, opositor da multiculturalidade e da "invasão muçulmana" na Europa, afirmou que queria ser considerado mentalmente capaz, para que os seus ideais não fossem invalidados por um diagnóstico de demência.
A pena de prisão tem um período máximo de 21 anos. Após este período, a justiça norueguesa pode decidir o prolongamento da pena em ciclos até cinco anos. Durante os primeiros 10 anos de reclusão, o detido não pode solicitar a liberdade condicional.
O veredicto foi igualmente acolhido com grande satisfação entre os sobreviventes dos ataques.
"SIM!", escreveu a sobrevivente Emma Martinovic na rede social Twitter.
"Isto finalmente terminou. A vida pode agora começar", afirmou outra sobrevivente, Ingrid Nymoen, na mesma rede social.
Breivik foi o autor do atentado à bomba contra a sede do Governo norueguês e de um tiroteio na ilha de Utoya, perto de Oslo, a 22 de julho do ano passado. Os dois ataques causaram 77 mortos, na maioria jovens que participavam num acampamento da Juventude Trabalhista, na ilha de Utoya.