O presidente Indonésio recusou, esta sexta-feira, o pedido de clemência do Governo brasileiro para poupar a vida aos dois brasileiros detidos no país e condenados à morte por tráfico de droga. Um deles será executado este sábado, informou o Governo brasileiro.
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"Não houve sensibilidade por parte do Governo da Indonésia para o pedido de clemência do Governo brasileiro. Em princípio, a execução deve dar-se à meia-noite de domingo, hora de Jacarta", explicou o assessor especial para assuntos internacionais do Brasil, Marco Aurélio Garcia, citado pelo site da Globo "G1".
Esta sexta-feira, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, falou telefonicamente com o homólogo indonésio, Joko Widodo, que disse "compreender" o apelo do Brasil, mas que era impossível reverter a sentença de Marco Archer, marcada para este sábado.
De acordo com a editora do serviço indonésio da BBC, os cidadãos indonésios apoiam a decisão do presidente do país, que consideram corajosa. Caso seja cumprida a pena, que na Indonésia é por fuzilamento, Archer será o primeiro brasileiro executado por um Governo estrangeiro.
O presidente indonésio prometeu, quando tomou posse, em outubro, aplicar as execuções e não conceder clemência a condenados. Joko Widodo defende que as drogas são uma "praga" para a sociedade.
Instrutor de voo, Marco Archer foi preso ao tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína, escondidos nos tubos de uma asa-delta, há 12 anos. A droga foi detetada no aeroporto internacional de Jacarta, de onde o brasileiro conseguiu fugir. Foi detido duas semanas mais tarde.
Durante o telefonema desta sexta-feira, Rousseff "ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros". De acordo com a nota de Imprensa distribuída aos jornalistas, a presidente brasileira disse, ainda, "respeitar a soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas como Chefe de Estado e como mãe, fazia o apelo por razões eminentemente humanitárias".
A presidente brasileira reiterou que lamentar profundamente a decisão do presidente Widodo de levar adiante a execução do brasileiro Marcos Archer, que vai gerar comoção no Brasil e terá repercussão negativa para a relação bilateral", acrescenta o comunicado do Governo brasileiro.
Seis pessoas deverão ser executadas, no próximo sábado - um indonésio e cinco estrangeiros, entre eles o brasileiro. Segundo Marco Aurélio Garcia, o Governo brasileiro espera agora "um milagre que reverta a situação".