Estado Islâmico anuncia decapitação de japonês e pede troca de outro por bombista
Haruna Yukawa, um dos dois reféns japoneses do Estado Islâmico, terá sido decapitado pelos extremistas, enquanto Kenji Goto surge numa nova publicação com uma foto do colega morto e onde altera, numa mensagem áudio, as exigências do grupo para a sua libertação. O Japão diz que "não se verga ao terrorismo" e a mãe do jornalista japonês reconhece, através da voz, que o filho está "nervoso".
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Numa mensagem com 2.52 minutos, Goto revela que o grupo já não quer dinheiro para o libertar, mas exige que Sajida al-Rishawi, uma bombista envolvida em atentados na Jordânia, em 2005, seja libertada. No ataque que matou 38 pessoas, numa festa de casamento, em Amman, o cinto de explosivos de Sajida não detonou. "É simples. Vocês dão-lhes Sajida e eu serei libertado", ouve-se Goto a dizer.
O vídeo publicado no Youtube, em que se vê a imagem de Goto com a foto do amigo assassinado, foi entretanto bloqueado. A mensagem dos extremistas foi divulgada através das redes sociais ligadas ao movimento.
O refém, que fala em inglês, dirige também uma mensagem à sua mulher e pede que Abe, o primeiro-ministro japonês, não deixe que tenha o mesmo destino de Yukawa. O vídeo termina com a frase: "não deixem que Abe me mate", revela o SITE, uma organização privada de monitorização do terrorismo.
A veracidade do vídeo não foi confirmada oficialmente, mas o Japão e os EUA estão a trabalhar para confirmar a origem da mensagem.
A morte de Yukawa será o sexto homicídio violento e altamente mediatizado do Estado Islâmico. Anteriormente, foram mortos três cidadãos americanos e dois britânicos, para além das dezenas de sírios e iraquianos abatidos de forma diária pelo grupo terrorista, sem que a sua morte seja destacada com vídeo individuais.
Japão resiste ao terrorismo
O título do vídeo indica que a mensagem se dirige à família de Kenji Goto e ao Governo do Japão, que já condenou o vídeo. "Não tenho palavras nem imagino a dor da família. Trata-se de um ato terrorista indesculpável e uma barbaridade imperdoável. Estou indignado e condeno-o energicamente", disse o primeiro-ministro japonês, depois de uma reunião de emergência do executivo sobre o tema.
O Japão está a fazer todos os esforços necessários para solucionar a situação do jornalista japonês, refém do Estado Islâmico, pedindo para que não lhe façam mal e para que seja libertado de imediato.
Após a difusão das notícias sobre a gravação, a mãe de Goto, Junko Ishido disse que no registo áudio nota que o filho está "nervoso" perante a proximidade da execução acrescentando que "não pode estar otimista" sobre a situação.