O conteúdo das gravações da caixa negra do Airbus A320 da Germanwings, que se despenhou nos Alpes, continua a ser revelado na imprensa, que avança pormenores dramáticos sobre como se viveram os derradeiros minutos no avião.
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O jornal alemão "Bild" reconstruiu o que se desenrolou nos minutos desde que o capitão Patrick Sondenheimer entregou os comandos ao copiloto Andreas Lubitz e saiu do cockpit para ir à casa de banho.
Citado pelo "El Pais", conta que às 10.32 de dia 24, os controladores aéreos franceses tinham contactado o avião que começava a descer. Não houve resposta. Lubitz tinha já acionado o sistema de aterragem e é nesse momento que na gravação se ouve o alarme que avisa a perda de altura.
Depois ouve-se um barulho forte, que se presume provocado por alguém a tentar abrir a porta do cockpit com um pontapé. Ouve-se também pela primeira vez o piloto a gritar: "Por amor de Deus, abre a porta!".
Ao longe ouvem-se os gritos dos passageiros. Às 10.35 horas, a 7 mil metros de altura, ouvem-se mais ruídos fortes, que se presumem ser mais uma tentativa de abrir a porta a golpes de um objeto metálico. O capitão, 90 segundos mais tarde, já a cinco mil metros, grita mais uma vez: "Abre a maldita porta!". Dos comandos do avião ouve-se um novo alarme.
Três minutos mais tarde, a 4 mil metros de altura, ouve-se a respiração de Lubitz. Não diz nenhuma palavra. Às 10.40, o avião toca com a asa direita na montanha. Os passageiros, desesperados, gritam. São os últimos sons registados pela caixa negra.
Problemas psicológicos confirmados
Um outro jornal alemão,citado pela Reuters, o "Welt am Sonntag", cita um investigador para escrever que Andreas Lubitz foi tratado por diversos neurologistas e psiquiatras" e que um diversos medicamentos foram encontrados no seu apartamento.
Polícia também descobriu notas pessoas que mostram que o copiloto sofreu de "diversos sintomas de stress excessivo", afirmou o investigador.
O jornal afirmou também que o copiloto sofreria de um problema de deslocamento da retina, mas que os investigadores não estão certos se as dificuldades na visão tinham causas físicas ou psicológicas.
A Lufthansa, a companhia dona da Germanwings, afirmou que a empresa desconhecia que Lubitz sofria de problemas psicológicos ou de qualquer outra doença.