Os líderes dos partidos no poder no continente chinês e na ilha de Taiwan encontraram-se esta segunda-feira, em Pequim, pela primeira vez em seis anos.
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Trata-se também do primeiro encontro entre o secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi Jinping, e o novo presidente do Partido Nacionalista (KMT), Eric Chu.
O encontro, descrito como "histórico" na imprensa oficial chinesa, decorreu no Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim.
Eric Chu chegou a Pequim no domingo à noite, oriundo de Xangai, onde participou num fórum sobre o intercâmbio económico, comercial e cultural no Estreito de Taiwan.
"As relações entre o PCC e o KMT estão constantemente a melhorar. Há bons canais de comunicação entre os dois partidos", disse Gao Zhikai à agência Lusa em Pequim.
Antigo intérprete de Deng Xiaoping, formado em língua inglesa e com um mestrado em Ciências Políticas na Universidade de Yale, Gao Zhikai, 53 anos, é um dos mais conhecidos comentadores da televisão chinesa.
Depois da guerra civil ter acabado no continente chinês, com a vitória do PCC e a proclamação da República Popular da China, em 1949, o antigo governo do KMT refugiou-se na ilha de Taiwan, a cerca de 200 quilómetros da costa leste chinesa, onde continua a identificar-se como representante da República da China (sem o adjetivo "popular").
Pequim defende a "reunificação pacífica" segunda a mesma fórmula adotada para Hong Kong e Macau ("Um país, dois sistema"), mas ameaça "usar a força" se Taiwan declarar a independência.
Nos últimos anos, apesar das persistentes rivalidades políticas, a República Popular da China tornou-se o maior parceiro económico de Taiwan e, em 2008, pela primeira vez em mais de meio século, as ligações diretas entre ao continente e a ilha foram restauradas.
"As relações económicas aumentaram significativamente e em termos políticos, apesar dos altos e baixos em Taiwan, a tendência geral é boa", afirmou Gao Zhikai.
"A reunificação continua a ser o objetivo. Nunca desistiremos dele, mas não há necessidade de apressar o processo", acrescentou.
Quase tudo o que na década de 1980 era "made in Taiwan" - sapatos, brinquedos e outros artigos de produção intensiva - é agora "made in China", em fábricas dos mesmos patrões e com mão-de-obra mais barata.
Em novembro passado, 80 mil empresas com capitais de Taiwan estabelecidas no continente empregavam 15,6 milhões de pessoas - o equivalente a mais de metade da população da ilha. "A integração económica já está a acontecer", realçou Gao Zhikai.