Três atacantes de sexta-feira à noite em Paris eram franceses. Um está identificado: Ismael Omar Mostefai, de 29 anos, será um dos suicidas da sala de espetáculos Bataclan. Outros dois atacantes eram franceses a residir na Bélgica.
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Ismael Omar Mostefai, cidadão francês de 29 anos, foi identificado pelas impressões digitais de um dedo encontrado na sala de espetáculos Bataclan. De origem argelina, nascido em Courcouronnes (Essonne), a cerca de 35 quilómetros de Paris, o seu nome era conhecido da polícia e dos serviços de informações por ligações ao jiadismo.
Esteve na Síria no inverno de 2013/2014. O procurador de Paris, François Molins, indicou que Ismael tinha sido investigado em 2010 por motivos de radicalização, mas nunca tinha estado ligado a redes ou a "associações de malfeitores terroristas". No seu cadastro constam delitos comuns como condução sem carta, ofensas e indícios, não confirmados, de tráfico de droga. Foi várias vezes condenado, mas nunca esteve preso.
Pai de dois filhos, este jovem francês vivia atualmente em Chartres e não tinha ocupação profissional. Era frequentador assíduo da mesquita de Lucé.
Ao fim do dia de sábado, o pai, o irmão foram detidos, num total de sete familiares, após buscas no nordeste de França e na região de Paris.
Sete detenções na Bélgica
Além de Ismael Omar Mostefai, outros dois atacantes eram franceses a residir em Bruxelas, na Bélgica. "Morreram no local" dos ataques, indicou a Procuradoria Federal belga, este domingo. Dois automóveis utilizados nos ataques em Paris foram alugados "no início da semana na região de Bruxelas", lê-se no mesmo comunicado.
Segundo a Procuradoria, a operação policial lançada no sábado, no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, levou à detenção de um total de sete pessoas, cujo envolvimento nos ataques de Paris está a ser investigado.
Pista síria
A imprensa francesa noticiou que, no Estádio de França, outro dos alvos, os investigadores encontraram um passaporte sírio e outro egípcio junto de cadáveres que se presume serem de atacantes.
O detentor do passaporte sírio entrou na União Europeia pela ilha de Leros, na Grécia, a 3 de outubro. Há registo de ter pedido asilo na Sérvia, quatro dias depois.
A "pista síria" é uma das hipóteses de trabalho dos investigadores, segundo fontes policiais, que estão a verificar todos os elementos com serviços de informações de outros países, designadamente europeus.
Uma fonte policial tinha dito à agência France Presse que os bombistas suicidas eram aparentemente "experimentados e bem treinados" e testemunhas dos ataques descreveram-nos como "muito jovens e seguros de si".
A possibilidade de terem treinado e eventualmente passado algum tempo em zonas dominadas por jiadistas, nomeadamente na Síria, colocou-se "rapidamente" aos investigadores, segundo fontes policiais citadas pela France Presse.
Segundo procurador de Paris, François Molins, no total, três equipas levaram a cabo os ataques em vários pontos da capital francesa.
A sala de espetáculos Bataclan, onde morreram pelo menos 82 pessoas, foi um dos alvos dos vários atentados perpetrados na sexta-feira à noite em Paris, que fizeram pelo menos 129 mortos e 352 feridos, 99 deles em estado grave.