Terrorista abatido ao tentar entrar em esquadra de Paris com colete de explosivos falso
Um homem foi abatido, esta quinta-feira, em frente a uma esquadra de polícia no 18º bairro de Paris, quando tentava entrar no local. Testemunhas dizem que gritou "Alá é grande". Estava armado com uma faca e envergava um colete de explosivos falso.
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Testemunhas citadas inicialmente por meios de comunicação social franceses tinham indicado que o homem envergava o que parecia ser um colete de explosivos. Fontes citadas pela agência France Presse (AFP) disseram que o suposto colete era falso.
O homem levava sob o casaco uma bolsa da qual saía um fio, mas o "dispositivo não contém explosivos", disse fonte judicial, informação que foi confirmada à agência AFP por fonte do Ministério do Interior.
O Ministério do Interior confirmou também que o homem gritou "Allahu Akbar" (Alá é grande) quando tentou entrar na esquadra, situada no 18.º bairro, no norte da capital francesa.
"Na quinta-feira de manhã, um homem tentou atacar um polícia na portaria da esquadra antes de ser atingido por tiros disparados pela polícia", disse o porta-voz do Ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet.
"Tinha na sua posse um telemóvel e um pedaço de papel com a bandeira do Daesh imprimida, assim como uma reivindicação inequívoca escrita em árabe", precisou o Ministério Público francês num comunicado, utilizando o acrónimo árabe que designa o Estado Islâmico.
Com base nestes elementos, o inquérito foi confiado à secção antiterrorista do Ministério Público, precisa no comunicado o procurador, François Molins.
A esquadra situa-se no bairro de Goutte D'Or, onde reside uma importante comunidade imigrante, oriunda maioritariamente do Magrebe e África Subsaariana. O incidente ocorreu cerca das 12.00 horas locais (11.00 horas em Portugal continental).
A rua foi fechada pela polícia, que aconselhou os transeuntes a refugiarem-se nos estabelecimentos mais próximos, entretanto encerrados. Uma escola situada nas proximidades foi aconselhada a manter as crianças dentro do edifício e os acessos ao mesmo foram fechados.
Segundo uma testemunha citada pelo jornal francês "L' Express", elementos do exército foram mobilizados para o local.
O incidente ocorre no dia em que se assinala um ano sobre o ataque terrorista à revista satírica "Charlie Hebdo". O Presidente da República, François Hollande, prestou homenagem às forças policiais na sede da polícia em Paris.
O ataque ao semanário "Charlie Hebdo" aconteceu a 7 de janeiro de 2015 e matou 12 pessoas, entre as quais os cartoonistas Cabu, Wolinski, Charb, Tignous e Honoré.