Os Estados Unidos e o Irão concretizaram uma troca de prisioneiros sem precedentes, com Teerão a libertar quatro americano-iranianos e Washington a conceder clemência a sete iranianos, seis com dupla nacionalidade.
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Em paralelo, e em declarações à televisão estatal iraniana, o embaixador de Teerão nas Nações Unidas, Gholam-Ali Koshroo, disse que a Suíça desempenhou "um papel positivo e facilitou" esta troca de prisioneiros.
"Os dois países atuaram por motivos humanitários. Os responsáveis americanos pediram a cooperação dos responsáveis iranianos e o governo suíço enquanto facilitador desempenhou um papel positivo" nesta troca, disse Gholam-Ali Koshroo, precisando que "o processo de libertação está em curso" pelas duas partes.
Segundo os termos deste compromisso, a justiça dos Estados Unidos também vai desistir das queixas emitidas contra outros 14 iranianos, num momento em que os EUA e outras grandes potências estão reunidos com o Irão em Viena para a aguardada concretização do acordo histórico sobre o nuclear iraniano.
"Devido ao canal diplomático concretizado com o objetivo de assegurar o regresso dos nossos cidadãos americanos, podemos confirmar que o Irão libertou quatro americanos detidos no Irão: Amir Hekmati, [o sacerdote] Saïd Abedini, Jason Rezaian [jornalista do "Washington Post"] e Nosratollah Khosravi", indicou este responsável norte-americano, ao confirmar um anúncio dos media oficiais iranianos.
Teerão "também se comprometeu a continuar a cooperar com os Estados Unidos para determinar o que sucedeu a Robert Levinson, um antigo agente do FBI desaparecido há vários anos quando se encontrava no Irão.
Em troca, "concedemos a nossa clemência a sete iranianos, incluindo seis binacionais americano-iranianos, que foram condenados ou que esperavam os seus processos nos Estados Unidos", adiantou o representante da administração norte-americana.
Os EUA "também suprimiram todas as notícias vermelhas da Interpol e abandonaram as queixas contra 14 iranianos para quem foi estabelecido que os pedidos de extradição seriam provavelmente votados ao fracasso", adiantou.
O Irão e Estados Unidos cortaram as relações diplomáticas em 1980. As relações entre os dois países melhoraram após a conclusão do acordo sobre o programa nuclear iraniano a 14 de julho em Viena entre o Irão e as grandes potências.