O presidente da Associação Médica dos Estados Unidos, enviou, na segunda-feira, uma carta ao secretário da Defesa, Chuck Hagel, advertindo que vai contra a ética médica obrigar profissionais a alimentar à força presos de Guantánamo, noticia o "Daily Medical".
Corpo do artigo
Na missiva, Jeremy Lazarus pede ao pessoal da base naval norte-americana situada em território cubano que tenha em conta que pedir a um médico que proceda à alimentação forçada de presos "adultos e mentalmente capacitados" em greve de fome vai contra os princípios médicos da profissão.
A chamada de atenção coincide com a chegada de 40 médicos à base de Guantánamo, onde, segundo um porta-voz do centro de detenção, já existem 100 detidos, de um total de 166, que se recusam a comer.
As greves de fome em protesto pela situação de indefinição verificada em Guantánamo e pelas alegadas duras condições do centro tiveram início em fevereiro, generalizando-se ao ponto de cerca de duas dezenas de detidos terem que ser alimentados por uma sonda.
Várias organizações internacionais garantem, já há alguns dias, que o número de presos em greve de fome ascende a pelo menos 130, uma estimativa rejeitada, contudo, pelo Pentágono.
A senadora democrata Dianne Feinstein, presidente do Comité de Informações da Câmara Alta, apelou, na semana passada, à Casa Branca para que retome o processo de transferência de 86 detidos que receberam 'luz verde' para serem libertados da base de Guantánamo.
"O facto de muitos detidos terem passado mais de uma década em Guantánamo e de acreditarem que não se avista o fim da sua situação é uma das razões para os crescentes problemas e para os cada vez mais detidos em greve de fome", vincou Dianne Feinstein, numa carta endereçada ao conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Tom Donilon.