O líder parlamentar do PCP considerou, quarta-feira, o pedido de assistência financeira à Comissão Europeia como "uma decisão da maior gravidade para o país", apontando "seríssimas responsabilidade" ao primeiro-ministro pela actual situação.
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"Esta é uma decisão da maior gravidade para o país", afirmou o líder da bancada do PCP, Bernardino Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento, minutos depois do primeiro-ministro ter anunciado que o Governo português fez um pedido de assistência financeira à Comissão Europeia.
Sublinhando que os problemas já começaram há muito tempo e que não é consequência da rejeição do chamado PEC IV, Bernardino Soares atribuiu ao primeiro-ministro e ao PS "seríssimas responsabilidades na situação a que o país chegou".
O líder da bancada comunista classificou ainda como "curioso" que, se por um lado o primeiro-ministro "se quis demarcar das causas desta situação pelas quais é responsável", por outro lado também não falou das consequências.
"Porque não explicou que medidas é que o Governo admite vir aceitar como contrapartida de uma eventual ajuda financeira da União Europeia? Não explicou o que é que vão querer impor mais aos portugueses, o que é que vão querer cortar mais nas pensões e nos salários, que medidas ainda mais recessivas vão aplicar", notou.
Bernardino Soares reiterou ainda que era possível ter outra solução, com "propostas diferentes que não fossem de submissão à União Europeia e à especulação financeira".
Propostas que, acrescentou, passassem pela renegociação da dívida, pela diversificação das fontes de financiamento e por uma outra atitude na União Europeia exigindo um papel diferente do Banco Central Europeu.