O coordenador da comissão política do BE, Francisco Louçã, criticou, quarta-feira, o primeiro-ministro por "ter desistido do principal compromisso" perante os portugueses e disse prever uma recessão profunda em Portugal.
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"O primeiro-ministro anunciou ao país ter desistido do principal compromisso perante os portugueses. Opor-se a uma intervenção do fundo da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional", afirmou Francisco Louçã.
Numa reacção ao anúncio do primeiro-ministro de que o Governo português fez um pedido de "assistência financeira" à Comissão Europeia, Louçã considerou que o executivo "não teve rigor" e disse que Portugal tem pela frente uma "recessão contínua" à qual é preciso dar resposta.
"O Bloco de Esquerda apresentará um plano de resposta ao endividamento para mobilizar as nossas capacidades, para proteger a economia, para nos concentrarmos no essencial", disse.
Este "plano" será apresentado nos próximos dias, disse Louçã, afirmando que a democracia "tem que escolher as medidas que protejam o país na próxima década".
O deputado considerou ainda que o Governo "cedeu" depois de "ter tido uma ordem dos principais bancos de Portugal que decidiram estrangular o apoio financeiro ao Estado".
Questionado pela Lusa sobre a posição do BE face a este pedido de assistência financeira, caso venha a ser discutido no Parlamento, Louçã disse que vai esperar para ver "o que é que o Presidente da República e o Governo vão propor".
O recurso a ajuda financeira externa é "a pior solução possível", considerou.
"É muito cedo, não sei o que vai ser proposto. nós votámos contra o PEC e somos consistentes, agora, depende do que nos vierem apresentar", afirmou.