O primeiro-ministro acusou, esta quarta-feira, os subscritores do manifesto pela reestruturação da dívida de serem "os mesmos que falavam na espiral recessiva" e disse espantar-se que "pessoas tão bem informadas" levantem essas questões. Seria um ato de "masoquismo", defende, lembrando uma expressão usada por Cavaco Silva.
Corpo do artigo
"Eram os mesmos que falavam na espiral recessiva, que isto não tinha saída nenhuma", disse o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, referindo-se às 70 personalidades da política que assinaram um manifesto a apelar para a reestruturação da dívida pública.
De seguida, o primeiro-ministro citou o presidente da República, Cavaco Silva, apoiando a ideia expressa pelo chefe de Estado segundo a qual falar em reestruturação da dívida seria um ato de "masoquismo".
Passos Coelho, que falava numa conferência sobre o pós-troika, promovida pelo "Jornal de Negócios" e a Rádio Renascença, em Lisboa, foi particularmente duro na forma como se referiu às 70 personalidades, de diversos quadrantes políticos, que subscreveram o manifesto pela reestruturação da dívida.
"Isso está totalmente fora de questão e espanta-me como é que gente tão bem informada suscita essas questões numa altura em que estamos a regressar a mercado com níveis de confiança como já não tínhamos há vários anos e quando estamos, ao mesmo tempo, a conseguir a mostrar um nível de crescimento da economia como não temos há mais de 12", argumentou.
Já antes, quando se referiu aos cortes nos salários e pensões não poderem, como tem reiterado, regressar aos níveis de 2011, o primeiro-ministro disse que as "pessoas simples" tinham mais facilidade em entender isso, porque reabriria o problema.