Salários acima dos 2000 euros por funcionário e dezenas de millhares de euros com um gabinete de comunicação para "eventos sociais" fizeram "disparar" os gastos com pessoal da Parque Escolar, aponta a Inspeção Geral de Finanças.
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No relatório de uma auditoria à empresa a que a Agência Lusa teve acesso, revela-se que os gastos com pessoal da Parque Escolar "dispararam" entre 2009 e 2011, ano em que a despesa com os salários de 320 trabalhadores chegou aos 13 milhões de euros.
A Inspeção Geral de Finanças (IGF) destaca que em 2010 os gastos com pessoal quase duplicaram, subindo 96%, e que nesse ano os salários "per capita" atingiram 2291 euros, para o que contribuíram os subsídios de função e de isenção de horário.
No relatório aponta-se que 153 trabalhadores recebem isenção de horário e mais de cem recebe um subsídio de função, uma "generalização" deste tipo de complementos a que a IGF recomenda pôr travão.
"Deve ser ponderada a sua concessão apenas em situações excecionais, devidamente justificadas", recomenda a IGF.
No relatório merece destaque a Direção de Comunicação e Imagem da Parque Escolar, cuja missão declarada é "acompanhar e apoiar" o Conselho de Administração em "todos os eventos sociais" com um custo "superior a 130 mil euros anuais".
A IGF entende que "deve ser questionada a existência" deste serviço, atendendo às "orientações governamentais de redução de custos".
No relatório indica-se no entanto que em agosto passado, depois de "orientações governamentais", a empresa encarregada de fazer obras de modernização em escolas secundárias fez um "plano de reorganização e redução de efetivos".