Foram duas horas de terror para Tânia, menina de 10 anos que sobreviveu à tragédia de Marrocos. Apesar de ter escapado ao acidente de Castillejos apenas com algumas escoriações, enfrentou um par de horas de sufoco presa entre os escombros do autocarro desgovernado que tombou na valeta. <br />
Corpo do artigo
O mesmo autocarro onde seguiam os avós, familiares que a levavam numas férias de sonho até à antiga cidade de Tétouan e que engrossaram a negra contabilidade dos mortos. Tânia foi retirada do veículo por uma equipa de salvamento, onde participaram vários voluntários, incluindo alguns turistas portugueses.
A menina de 10 anos seguiu, depois, para o Hospital Mohammed VI, onde, ficou internada. "Tinha apenas pequenas escoriações", contou, ao JN, uma turista portuguesa que seguia na coluna de cinco autocarros de turismo. "Mas perdeu os avós...", lamentou a mesma testemunha.
A criança, que não terá sido informada da morte dos avós, acabou por seguir sozinha para o Hospital Mohammed VI, onde, durante o dia de ontem, foi visitada por Telmo Miranda, director de cruzeiro do "Funchal", que se quis inteirar do estado de saúde dos feridos e aproveitou para falar breves momentos com a criança. Apenas foi autorizado a privar "não mais de dois minutos" com a menina no quarto. "Mas quando cheguei, já lá estava uma televisão marroquina a filmar", acrescentou, indignado.