O padre espanhol Miguel Pajares, que foi transportado na semana passada da Libéria para Madrid por estar infetado com o vírus do Ébola, morreu esta terça-feira. O corpo do religioso será "selado e incinerado" sem ser autopsiado para evitar a propagação da doença.
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O religioso, que estava internado no Hospital Carlos III, foi o primeiro europeu a ser afetado pela doença e estava a receber desde sábado um soro experimental, que tem sido administrado nos Estados Unidos aos doentes com Ébola.
O padre foi transferido no dia 7 de agosto de Monrovia, na Libéria, para o Hospital Carlos III, de Madrid, em Espanha, onde acabou por morrer.
De acordo com o regulamento da Polícia Sanitária da Comunidade de Madrid, o cadáver será "selado e incinerado" sem ser autopsiado para evitar a propagação da doença.
O manejo "post morten" de um corpo infetado com Ébola proíbe a autópsia devido "à alta carga viral dos fluidos corporais" e deve ser realizado "por pessoal treinado", não estando prevista qualquer preparação do cadáver, disseram, esta terça-feira, à agência noticiosa espanhola EFE fontes sanitárias.
Em relação às medidas de controlo ambiental, a norma é a limpeza com desinfetantes de uso hospitalar das superfícies potencialmente contaminadas e a queima da roupa ou objetos que tenham estado em contacto com o corpo.
Miguel Pajares tinha 75 anos e era membro da Ordem Hospitaleira de São João de Deus desde os 12.
Pajares, nascido em La Iglesuela, na província espanhola de Toledo, estudou enfermagem antes de ter sido ordenado sacerdote e trabalhou durante 18 anos em missões em países como a Irlanda, o Gana ou a Libéria, onde passou os últimos sete anos e onde foi infetado.
O padre trabalhava no hospital San José de Monrovia, capital da Libéria, onde tratou de doentes daquele vírus, um dos mais letais e para o qual não existe vacina ou tratamento comprovado.