Beja

Avião que aterrou de emergência em Beja tinha saído da manutenção em Alverca

Avião da Air Astana que aterrou de emergência na Base Aérea de Beja ainda estacionado na pista, Beja, 11 de novembro de 2018 NUNO VEIGA/LUSA

O avião que este domingo à tarde chegou a estar "descontrolado" e sem instrumentos de navegação tinha acabado de sair da manutenção, em Alverca.

A aeronave Embraer E190 da Air Astana, que acabou por efetuar uma aterragem de emergência em Beja, vai permanecer na Base Aérea N.º 11 a aguardar reparação, disse o comandante da unidade militar.

"É uma aeronave que está avariada. A companhia [Air Astana] terá que fazer as suas diligências junto de quem de direito para reparar a aeronave para ela poder sair daqui", afirmou o coronel piloto-aviador Fernando Costa.

Em conferência de imprensa, realizada este domingo à noite, na Base Aérea N.º11 (BA11), o comandante disse ainda aos jornalistas que, "se a aeronave não puder voar", a reparação "terá necessariamente de ser feita" naquela unidade da Força Aérea Portuguesa (FAP).

"Se [esses técnicos] são da OGMA ou de outro sítio qualquer não sei", mas "militares não serão seguramente", frisou o comandante da BA11, quando questionado pelos jornalistas sobre quem efetuará a reparação do Embraer E190.

Nesta aeronave da companhia aérea Air Astana (do Cazaquistão) seguia uma tripulação de seis pessoas, tendo o coronel piloto-aviador Fernando Costa revelado que estes elementos "estavam a ser inquiridos pelo gabinete de prevenção de acidentes civil e já tinham terminado toda a parte de identificação pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras".

O comandante da BA11 confirmou que dois elementos da tripulação foram "encaminhados para o Hospital de Beja porque não se sentiriam muito bem", devido a "todo o stress", mas não apresentavam "nada de especial".

Os dois tripulantes, um homem de 37 anos, do Cazaquistão, e outro de 54, natural de Inglaterra, revelou à Lusa fonte hospitalar, já tiveram, entretanto, alta do Hospital José Joaquim Fernandes.

Fonte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) revelou à tarde já ter mobilizado para Beja uma equipa para iniciar a investigação ao incidente aéreo. Cabe à equipa de investigadores, disse a mesma fonte do organismo, recolher os dados da aeronave e obter informações da tripulação que se encontrava no aparelho.

A aeronave Embraer E190 da Air Astana efetuou uma aterragem de emergência bem-sucedida, às 15.28 horas, numa das pistas da BA11 - que também serve o Aeroporto de Beja -, após duas tentativas falhadas.

O avião, escoltado por dois caças F-16 da FAP, efetuou a aterragem após declarar uma emergência, devido a uma "falha crítica nos sistemas de navegação e controlo de voo", disse à Lusa fonte aeronáutica.

O voo KZR 1388 descolou de Alverca às 13:21 e tinha como destino Minsk, capital da Bielorrússia,

A aeronave tinha "concluído trabalhos de manutenção" na OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, confirmou hoje esta empresa, que informou estar "a colaborar com as autoridades aeronáuticas na investigação" das causas do incidente.

O avião, "com seis tripulantes da companhia aérea a bordo", disse a OGMA, "aterrou em segurança, sem danos materiais ou físicos".

Durante a emergência, segundo uma fonte aeronáutica contactada pela Lusa, as autoridades chegaram a equacionar a possibilidade de a aeronave fazer uma amaragem no rio Tejo, conforme se percebeu das comunicações com a torre de voo, mas as condições atmosféricas não o permitiram.

A mesma fonte disse à Lusa que o piloto foi recuperando com o tempo alguns dos instrumentos que tinham avariado, o que lhe permitiu aterrar em Beja.

Redação