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"Elsa" provocou o caos: desalojados, árvores caídas e telhados a voar

Família desalojada em Santo Tirso Ivo Pereira/Global Imagens

Pelo menos 16 desalojados, centenas de árvores caídas e várias casas sem telhados. Mas o exemplo máximo da força do vento vem de JoanE, com postes dobrados a deixar vila sem luz.

Nove pessoas ficaram desalojadas no concelho de Almada, Setúbal, e outras sete em Santo Tirso, Porto, devido à queda de árvores em habitações, provocada pelo mau tempo.

"Em Almada resultaram nove desalojados que foram, entretanto, realojados pelos serviços de ação social da Câmara de Almada, e em Santo Tirso sete pessoas foram deslocadas e estão em casa de familiares acompanhados pelos serviços municipais", disse à Lusa o comandante da proteção civil, Rui Laranjeira.

De acordo com o comandante, as duas situações estão relacionadas com a queda de árvores em cima das habitações, não havendo feridos a registar.

O mau tempo provocou esta quinta-feira "milhares de avarias" na rede elétrica da região Norte do país. Segundo fonte da EDP Distribuição, foram mais afetados os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto e Vila Real, sendo que os concelhos com maior número de ocorrências são Amarante, Braga, Guimarães, Esposende e Barcelos.

Duas famílias, uma em Prado e outra em Louredo, no concelho de Vila Verde, tiveram que abandonar as suas casas, durante a madrugada, após os imóveis terem sido atingidos por árvores.

Em Joana, Vila Nova de Famalicão, um poste de eletricidade de grandes dimensões cedeu à força do vento e dobrou. A vila de Joane ficou sem eletricidade.

Uma parte do concelho de Melgaço, incluindo a vila, está sem eletricidade e rede móvel desde cerca das 9 horas. Em Monção, o rio Minho galgou as margens.

Em Gondomar, a circulação na Linha Laranja, F, do Metro do Porto está interrompida devido à queda de árvores, não havendo até ao momento previsão e quando poderá reabrir.

No centro do Porto, uma derrocada de pedra de um morro sobranceiro à rua da Alegria provocou um corte parcial da via naquela artéria do centro da Invicta. Segundo as autoridades, não há registo de feridos ou desalojados nas muitas ocorrências registadas durante a noite e madrugada. No total, foram registadas 361 ocorrências no distrito, até às 9.30 horas da manhã.

Ainda no distrito do Porto, no concelho de Paredes, a força do vento arrancou o telhado de um prédio com oito apartamentos. Moradores estão em alerta para o risco de inundações.

Em Braga, foram registadas mais de 30 ocorrências, entre as 3 horas da madrugada e o início da manhã, a maior parte das quais relacionadas com quedas de árvores. No Distrito de Braga foram registadas, até às 9 da manhã, 218 ocorrências, 172 quedas de árvores.

Em Guimarães, a queda dos suportes das iluminações de Natal cortou a circulação rodoviária na Alameda de São Dâmaso, no centro da cidade, enquanto um telhado voou na localidade de Ponte.

No distrito de Vila Real foram registadas cerca de 30 de ocorrências entre a meia-noite e 8 horas, a grande maioria relacionadas com quedas de árvores.

Na quarta-feira à noite, o mau tempo provocou um deslizamento de terras que isolou o lugar do Burgo, em Ruivos, Ponte da Barca, tendo obstruído a estrada municipal e danificado o cemitério.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil alertou na quarta-feira a população para o agravamento das condições meteorológicas, com precipitação forte e persistente, vento forte nas terras altas e agitação marítima forte em toda a costa.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou sob aviso vermelho, o mais grave, devido à previsão de rajadas de vento superiores a 100 quilómetros por hora, os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro e Coimbra.

Este aviso vigora entre as 12 e as 21 horas em Vila Real e Braga, e entre as 12 e as 18 horas em Viana do Castelo, adianta o instituto em comunicado.

No Porto e em Aveiro, o aviso vermelho está em vigor entre as 15 e as 21 horas.

O IPMA colocou também sob aviso vermelho, devido à previsão de rajadas de vento superiores a 100 quilómetros por hora, os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro e Coimbra.

Segundo o IPMA, as rajadas de vento podem mesmo atingir os 140 quilómetros/hora nas terras altas, entre as 18 horas desta quinta-feira e as 3 horas de sexta-feira.

Sob aviso laranja para precipitação, vento ou agitação marítima, que vigoram em diferentes períodos até sábado, vão estar os distritos de Bragança, Viseu, Porto, Guarda, Faro, Vila Real, Setúbal, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Castelo Branco, Coimbra, Portalegre e Braga.

No aviso relativo ao vento, nos distritos de Bragança, Viseu, Porto, Guarda, Faro, Vila Real, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra, Portalegre e Braga podem ser registadas rajadas de vento entre os 100 e os 130 quilómetros por hora.

Só com avisos amarelos estará o distrito de Évora, para precipitação e vento.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil alertou na quarta-feira a população para o agravamento das condições meteorológicas, com precipitação forte e persistente, vento forte nas terras altas e agitação marítima forte em toda a costa.

A Proteção Civil alerta para a possibilidade de "inundações rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem", e "inundações por transbordo das linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis".

Informa ainda que, tendo em conta as previsões do IPMA, há a possibilidade de inundações de "estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem" e de formação de lençóis de água na estrada, além da queda de ramos de árvores, danos em estruturas montadas ou suspensas.