As 20 pessoas que chegaram a Lisboa vindas da China partilharam até Marselha um avião com outros europeus, alguns com sintomas suspeitos de contágio do novo coronavírus, mas não estiveram em contacto
Em conferência de imprensa, a ministra Marta Temido afirmou que no trajeto do segundo avião que repatriou franceses da cidade chinesa de Wuhan, em que também viajou o grupo de 20 portugueses que chegou a Lisboa, foi seguido "um protocolo de voo que permitiu a viagem em condições de não contacto" entre os passageiros.
Apesar de fonte europeia ter dito à Lusa, na quinta-feira, que tinham sido 17 cidadãos portugueses a pedir para regressar de Wuhan, o epicentro da epidemia do novo coronavírus, este domingo acabaram por regressar 20, incluindo dois diplomatas portugueses que acompanharam o regresso, e duas cidadãs brasileiras.
A responsável indicou que foram as autoridades alfandegárias açorianas a contactar as autoridades de saúde, que fizeram um inquérito epidemiológico e recolheram a história clínica dos passageiros.
Não há indicação para rastreio à entrada em Portugal
Graça Freitas indicou que nos aeroportos portugueses se está a fazer o recomendado pelas autoridades de saúde internacionais, aconselhando os passageiros a estarem atentos a sintomas, e que "não há indicação para fazer rastreio à entrada".
A China elevou hoje para 304 mortos e mais de 14 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
As Filipinas anunciaram também hoje a morte de um cidadão de nacionalidade chinesa, a primeira vítima fatal fora da China.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infeção confirmados em 24 outros países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quinta-feira, uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional por causa do surto