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Portugueses retidos na Venezuela aguardam voo de regresso

Com os bilhetes comprados, estavam prontos para embarcar no avião que os levaria de volta para Portugal Arquivo

Uma família de seis cidadãos portugueses ficou retida em ​​​​​​​Maracay quando tentava regressar a Portugal no dia 15 de março, antes do presidente venezuelano Nicolas Maduro declarar quarentena no país e encerrar as fronteiras.

Apelo foi feito esta quinta-feira por Francisca Machado, parente dos seis retidos que viajaram até à Venezuela no dia 11 de março, após a morte de um familiar. Com os bilhetes comprados, estavam prontos para embarcar quatro dias depois no avião que os levaria de volta para Portugal. Inesperadamente, o voo foi cancelado, um dia antes de Nicolas Maduro declarar quarentena no país e encerrar as fronteiras marítimas, terrestres e aéreas.

"Solicitámos ajuda ao consulado português, através do número de emergência consular", conta Francisca ao JN. "Prontamente enviou o alerta ao consulado português na Venezuela, que entrou rapidamente em contacto com os meus familiares". Para espanto dos mesmos, foi levantada a hipótese de aterrar em Madrid pela quantia de 840 dólares (780,49 euros) por pessoa, uma vez que o outro voo teria sido reprogramado para 17 de abril, e que "possivelmente nem se irá realizar".

"Estavam a exigir a compra de um novo bilhete quando se tratava de uma suposta ajuda humanitária", critica a familiar dos retidos, acrescentando que "neste momento não existem condições económicas" para tal. Depois novas solicitações de ajuda, a possibilidade de um voo gratuito esta terça-feira voltou a dar esperança à família. "Resta esperar que se concretize".

Entre "estradas cortadas, postos de gasolina encerrados, mercados em vias de fechar, e roubos a camiões", Francisca preocupa-se com o estado de saúde do pai, um dos seis retidos, diabético e sem medicação suficiente para se manter muito tempo na presente condição. "Os medicamentos são escassos, e se houver um paracetamol ronda os 10 euros". A irmã, enfermeira na Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, também faz parte do grupo.

Com mais de 30 casos de Covid-19 confirmados, a Venezuela está em "quarentena social coletiva" para evitar a propagação do vírus, condicionando todos os voos nacionais e internacionais.

Sofia Marvão