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Preços em queda nos alojamentos para estudantes

Dados de alojamento estudantil monitorizados a partir de hoje Pedro Correia/Global Imagens

Custos descem mais em Braga do que em Lisboa e Porto. Site passa a sinalizar valores.

Os preços médios do alojamento privado para universitários estão em queda desde o início do ano, com maior incidência no Norte. A redução tem sido constante e acentuou-se durante a fase de confinamento. O distrito de Braga regista o triplo da descida dos valores, em comparação com os distritos do Porto e Lisboa, sendo a cidade minhota aquela onde um quarto custa menos.

Nos últimos seis meses, os valores médios mensais cobrados por um quarto em Braga desceram 17%, passando de uma média de 291 euros para 241 euros. No Porto, a queda foi de 6%, fixando-se nos 280 euros. Já em Lisboa, onde o alojamento estudantil é o mais caro do país, a descida fixou-se nos 5% e encontra-se nos 355 euros.

Estes valores, relativos a 13 541 quartos distribuídos por 163 concelhos, passam a ser a partir de hoje consultáveis por estudantes, famílias e até pelo setor privado interessado neste ramo de negócio na plataforma do Observatório do Alojamento Estudantil. Em "student.alfredo.pt" há, além de preços do alojamento privado, informações gerais e estatísticas sobre as 15 mil camas de residências públicas para estudantes e o Ensino Superior.

Segundo o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Sobrinho Teixeira, o site irá "apoiar os estudantes deslocados e suas famílias na procura de alojamento, nomeadamente promovendo a transparência do mercado, numa perspetiva de regulação informal que decorre exatamente da sua utilização". "É uma informação validada sobre a oferta de alojamento disponível em cada concelho, incluindo aqueles em que a pressão imobiliária mais se faz sentir", disse ao JN.

Guilherme Farinha, da Alfredo Real Estate Analytics, startup criadora do site e que lhe deu o nome, diz que "a plataforma monitoriza em tempo real indicadores sobre os preços médios, mínimos e máximos, possibilitando perceber a evolução dos valores numa zona".

"Não há um propósito comercial mas de transparência na informação", refere o rosto da Alfredo, a quem a Direção-Geral do Ensino Superior pagou 20 mil euros para criar esta ferramenta, que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) classifica como a "primeira plataforma a nível europeu" do género.

O projeto "começou a ser desenvolvido há quatro meses", após a startup se ter proposto desenvolver para o alojamento estudantil uma plataforma semelhante à que desenvolveu para a Alfredo Real Estate, destinada ao setor imobiliário, explicou Guilherme Farinha. O "student.alfredo.pt" recorre a dados que constam não só em sites de agências imobiliárias, como portais do setor, num total de 22 fontes de informação ou cerca de dois milhões de anúncios.

Nuno Miguel Ropio