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Há "17.700 camas no SNS" para dar resposta à pandemia

Marta Temido LUSA

A ministra da Saúde, Marta Temido, informou esta sexta-feira que, das 21 mil camas existentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS), 17.700 podem ser usadas para dar resposta às necessidades impostas pela pandemia de covid-19.

Na habitual conferência de imprensa de apresentação dos dados epidemiológicos do país, Marta Temido reconheceu que "os próximos dias vão ser complicados" e que apesar de a capacidade de expansão do SNS não ser "inelástica", "o número de camas disponíveis para internamento é dinâmico e flexível".

Do total de 21 mil camas existentes nos hospitais, existem cerca de 17.700 médico-cirúrgicas que podem ser utilizadas no combate à pandemia. De referir que, a estas, acrescem 1021 camas nas Unidades de Cuidados Intensivos e 566 nos Cuidados Intermédios, sendo que parte delas "tem de estar sempre reservada, por exemplo, a doentes coronários", esclareceu.

Tendo em conta a situação de elevada pressão dos serviços hospitalares no Norte do país, Marta Temido anunciou que está a ser montado um hospital de campanha no perímetro do Hospital de Penafiel.

A responsável da área da Saúde informou ainda que, aos 1142 ventiladores existentes em Portugal no início de março, acrescem, agora, 749, não revelando, contudo, a sua taxa de utilização.

Marta Temido informou também que o Governo aceitou a disponibilidade da Cruz Vermelha Portuguesa para a distribuição de testes rápidos, havendo já a pré-reserva de meio milhão. Serão recebidos de forma faseada, sendo que "100 mil chegam na primeira semana de novembro".

De referir que o Ministério da Saúde esteve, esta sexta-feira à tarde, reunido com o Conselho Nacional de Saúde Pública e que foi solicitado um novo encontro para a próxima semana, com o objetivo de "aprofundamento da agenda de análise das medidas que podem ser tomadas nesta fase ".

Durante o encontro de hoje, o organismo deixou várias recomendações, nomeadamente uma "maior aposta em medidas preventivas", a "necessidade de continuar a proteger os mais vulneráveis" e a "preocupação em proteger os profissionais de saúde".

Questionada em relação ao encerramento de escolas em Borba e Vila Viçosa, Marta Temido esclareceu apenas que existem, neste momento, 63 estabelecimentos de ensino com surtos ativos de covid-19, explicando que a decisão de fecho será sempre das autoridades de saúde pública.

Em relação aos lares, são 107 os surtos ativos, com cerca de 1400 utentes e 570 funcionários infetados.

Mariana Albuquerque