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PS quer aprovação rápida de terapia inovadora contra fibrose quística

Lisboa, 26/11/2012 - Debate e votação na Especialidade do Orçamento de Estado para 2013 que decorreu esta manhã na Assembleia da Republica. Deputada do PS, Ortense Martins. (Gerardo Santos / Global Imagens) Gerardo Santos / Global Imagens

O grupo parlamentar do PS recomendou ao Governo que atue junto do Infarmed no sentido de aprovar, "com urgência", a nova terapia contra a fibrose quística. Em Portugal, há cerca de 400 pessoas com esta doença degenerativa.

O projeto de resolução socialista visa facilitar o acesso "mais célere" dos pacientes nacionais ao Kaftrio, o medicamento inovador. Esta segunda-feira, o JN falou com a primeira doente do país que tomou o fármaco, ao abrigo de um programa de acesso precoce.

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No diploma, o PS refere ser importante aprovar a "autorização de comercialização deste medicamento no mercado, de modo a evitar o maior número de transplantes e mortes possíveis, urge avaliar a matéria".

Hortense Martins, Maria Antónia Almeida Santos e Sónia Fertuzinhos, as parlamentares que assinam o projeto, sublinham que os efeitos do Kaftrio são "muito encorajadores para a maioria das pessoas" com fibrose quística. Em Portugal, sublinham, o processo de avaliação para financiamento de outros medicamentos contra esta doença "arrasta-se" desde 2016.

"Acelerar o processo burocrático"

O Kaftrio foi aprovado em agosto do ano passado pela Agência Europeia do Medicamento, estando "em avaliação para efeitos de financiamento público pelo Infarmed" em Portugal, notam as deputadas socialistas.

Embora realcem que o programa de acesso precoce a este medicamento já permite a sua "utilização excecional" pelo SNS, as parlamentares consideram "essencial que se acelere todo o processo burocrático, pois cada dia de espera é sinónimo de perda progressiva e irreversível da capacidade respiratória destes doentes".

A fibrose quística é uma doença rara, crónica e degenerativa que afeta, em particular, os pulmões, o intestino e o pâncreas. Em virtude da evolução dos tratamentos, a esperança média de vida atual de um doente ronda os 38 anos; há algumas décadas, não passava dos 10.

Em Portugal, há cerca de 400 pessoas com esta doença, que afeta perto de 75 mil pessoas no mundo.