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Certificado digital: as principais perguntas e respostas

Conselho Europeu quer recuperados e vacinados isentos de testes e quarentenas EPA

Proposto e aprovado em apenas 62 dias, como sublinhou a presidente da Comissão Europeia, esta segunda-feira, na assinatura formal do regulamento do documento, o certificado digital covid-19 europeu vai permitir "retomar a vida normal".

Mas sempre "respeitando as normas de segurança", lembrou António Costa, o primeiro-ministro português, em representação da presidência do Conselho Europeu, porque a pandemia não acabou. Em Portugal, a vacinação prossegue e a task force comprometeu-se a abrir, ainda ontem, o portal de autoagendamento para maiores de 40 anos.

"Podemos estar muito orgulhosos e felicito todos os que o tornaram possível, principalmente os responsáveis da presidência [portuguesa da UE], do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia pelo seu trabalho extraordinário, conseguiram chegar a um acordo sobre a proposta da Comissão em apenas dois meses, 62 dias, um tempo absolutamente recorde", disse Von der Leyen, na cerimónia de assinatura do regulamento que cria o certificado, no Parlamento Europeu.

No dia em que a Europa comemorou a assinatura do Acordo de Schengen, há 36 anos, Von der Leyen recordou que a abertura de fronteiras "foi o início do que, para muitos, é o maior feito da Europa: a possibilidade de viajar livremente dentro da UE".

A pandemia chegou a fechar fronteiras, mas o novo passaporte promete "devolver aos cidadãos as liberdades que eles tanto valorizam" a partir do dia 1. Apesar deste "renovado sentimento de confiança" para as viagens no espaço comunitário, o primeiro-ministro António Costa insistiu na necessidade de se manterem regras como as de higiene, "mesmo depois da vacinação".

Sem quarentenas

Entretanto, o Conselho Europeu, presidido por Portugal, propôs um alívio das restrições e que os vacinados com, pelo menos, uma dose e recuperados da covid-19 não sejam submetidos a medidas como quarentenas ou testes.

O certificado inclui informação sobre a vacinação do passageiro, do estado recuperado ou do teste negativo à covid. Em Portugal, 40% da população tem, pelo menos, uma dose da vacina e, desde ontem, os maiores de 40 anos já podem autoagendar a sua toma.

Perguntas e Respostas

Quando vamos poder pedir o certificado?

Segundo declarações do primeiro-ministro António Costa, a partir de meados desta semana serão emitidos os primeiros certificados portugueses. Seremos um dos últimos países da União Europeia a disponibilizar o documento aos seus cidadãos.

Como é que vamos fazer para obtê-lo?

Ainda não há pormenores, mas os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde já adiantaram que o certificado será disponibilizado através do MySNS, sendo emitido pelos serviços de saúde do SNS, como hospitais ou centros de saúde.

Vai ser preciso ter telemóvel?

O certificado digital poderá ser armazenado no telemóvel, consistindo num código QR que será lido pelos aparelhos de controlo nos aeroportos e nas fronteiras. Mas também pode ser impresso e transportado em papel, sendo lido da mesma forma.

Que países vão aceitar esse passaporte digital?

Todos os estados-membros da União Europeia e ainda o Liechtenstein, a Noruega, a Suíça e a Islândia, vão aceitar (e emitir) o certificado digital covid-19 a partir do próximo dia 1 de julho. Será válido até julho de 2022.

Para que serve, exatamente?

O objetivo é facilitar a livre circulação dos europeus, apesar das restrições impostas pela pandemia, criando uniformidade de documentos exigidos nos movimentos transfronteiriços e, nomeadamente, nos aeroportos dentro da União Europeia.

Que informação será transmitida?

O código QR gerado para cada certificado incluirá nome e data de nascimento do portador, a data de emissão e uma assinatura digital da autoridade de saúde do país emissor que atesta o estado de saúde do viajante (recuperado, vacinado, teste negativo).

Quem tiver fica isento de quarentena?

Depende do nível de risco do país visitado - o Conselho Europeu propôs que os vacinados ou recuperados possam ser dispensados do isolamento, mas, quando a viagem for para zonas de risco ou for acionada a norma-travão, tudo pode ser exigido de novo.

Erika Nunes