Seleção portuguesa vence a Turquia e vai disputar com a Macedónia do Norte um lugar no Mundial. Jogo parecia controlado, mas foi preciso roer as unhas até ao fim,
Não havia necessidade de sofrer tanto, mas Portugal cumpriu a missão na primeira de duas finais rumo ao Catar. A vitória sobre a Turquia teve ares de estar consumada bem antes do último apito, mas uns minutos de apagão luso na segunda parte complicaram-na a ponto de ficar seriamente ameaçada. Valeu o penálti falhado pelos turcos, a cinco minutos dos 90, para manter uma vantagem que, valha a verdade, a seleção das quinas fez por merecer.
Voltemos ao início. Fernando Santos inovou no onze, com uma aposta inesperada na baliza (Diogo Costa rendeu Rui Patrício) e outra um pouco menos surpreendente no lado direito do ataque, onde Otávio surgiu a fazer o duplo papel de ala e terceiro médio, que tantas vezes tem desempenhado no F. C. Porto. Habituado aos holofotes, o "baixinho", como lhe chamam no Dragão, tornou-se a figura da primeira metade da partida: abriu o marcador aos 15 minutos, na recarga a um remate ao poste de Bernardo Silva, e em cima do intervalo fez uma assistência perfeita para Diogo Jota assinar o 2-0. Pelo meio, Portugal teve bons momentos de circulação, apesar de alguns erros na saída de bola, que deram aos turcos algumas oportunidades de chegar à baliza do seguro Diogo Costa.
O avanço no marcador e a forma fácil como a equipa portuguesa criou ocasiões no reatamento deu a ilusão de que o triunfo estava no bolso. Não estava. Portugal deu vida aos turcos com uma série de jogadas desperdiçadas e, na primeira vez em que o avançado Burak Yilmaz teve espaço na área, o 2-1 tornou-se realidade. A insegurança apoderou-se da seleção lusa e a Turquia acreditou no empate, beneficiando de um penálti assinalado pelo VAR, que o mesmo Yilmaz fez o favor de desperdiçar.
O golpe na fé turca foi profundo e, depois de já ter sido feliz no onze, Fernando Santos também acertou nas substituições finais. Depois de lançar Félix, o engenheiro fez entrar Rafael Leão e Matheus Nunes, que construiram nos descontos um contra-ataque fatal, transformado no 3-1 pelo médio do Sporting. A seguir, Ronaldo ainda esteve perto do golo da ordem, mas a barra tirou-lhe o gostinho. Fica para a próxima, de preferência já na terça-feira.
Mais
Otávio justificou a aposta de Fernando Santos, com uma exibição de nota alta, a defender e a atacar. Bernardo Silva foi o dono da bola no miolo. Félix, Rafael Leão e Matheus Nunes entraram com tudo.
Menos
Ronaldo não se poupou a esforços naquela inconfundível procura do golo, mas foi ineficaz nos remates que fez à baliza. Burak Yilmaz teve o empate nos pés no penálti e disparou para as nuvens.
Árbitro
O VAR avisou Daniel Siebert da falta evidente que José Fonte tinha feito dentro da área portuguesa. No resto, assistiu-se a uma arbitragem sem grande classe do alemão.