Matosinhos

Galp já pediu à Câmara de Matosinhos para demolir Petrogal

Refinaria deixou de produzir em abril de 2021, 50 anos depois de entrar em funcionamento André Rolo / Global Imagens

Empresa contratou holandesa MVRDV para desenhar projeto. Nível de contaminação permanece desconhecido.

Deu entrada na Câmara de Matosinhos um Pedido de Informação Prévia (PIP) da Galp para demolir a refinaria de Leça da Palmeira. Os arquitetos que vão desenhar o "Innovation District" estão contratados: serão da holandesa MVRDV. As peças para avançar com o projeto começam a alinhar-se, mas o nível de contaminação dos terrenos onde a Petrogal está instalada há 50 anos permanece desconhecido. Nem a Galp nem a Autarquia avançam com qualquer dado sobre esta matéria, mas contam ter novidades em breve.

O pedido de demolição, submetido à Autarquia no início de maio, faz parte do processo de tramitação para avançar com o "desmantelamento progressivo" do complexo petroquímico - cuja conclusão se prevê para meados de 2025 -, e está a ser alvo de consulta por várias entidades: Agência Portuguesa do Ambiente, Direção dos Faróis, Direção-Geral de Energia e Geologia, Defesa Nacional e Quartel General da Região Militar do Norte.

Masterplan num ano

A holandesa será a líder de uma equipa formada por seis empresas e tem agora um ano para reunir com as entidades que assinaram o protocolo - Autarquia, Galp, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e Universidade do Porto -, e desenhar o "masterplan".

O objetivo, afirma Andy Brown, CEO da Galp, é "criar um distrito de inovação de classe mundial, focado em energia sustentável e em tecnologias avançadas"

O investimento será "na ordem dos milhares de milhões de euros", disse Ana Lehman, antiga secretária de Estado da Indústria e líder do grupo de trabalho para desenvolver o projeto, ao "Expresso". "Os benefícios são muito maiores do que se possa imaginar", acrescentou.

Adriana Castro