Ama, mãe e padrasto da menor foram ouvidos pela Polícia Judiciária de Setúbal logo a seguir à realização dos exames médico-legais.
A mulher a quem esteve entregue Jéssica Biscaia, a menina de três anos que morreu, segunda-feira, em Setúbal, foi detida na quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ). Já a mãe da vítima e o seu companheiro entraram sem algemas na Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal. A audição dos suspeitos aconteceu após a autópsia ao corpo de Jéssica ter revelado marcas de violência, mas sem evidências físicas de abusos sexuais. No entanto, a investigação prossegue.
A autópsia foi realizada quarta-feira, em Setúbal. Embora o respetivo relatório ainda não tenha sido concluído. Inspetores da PJ já tinham observado no corpo e no rosto da menina marcas de agressões antigas e recentes.
Jéssica Biscaia vivia há cerca de seis meses com a mãe, Inês Marinita, na casa do novo companheiro desta, Paulo Amâncio. Segundo apurou o JN, dormiam os três no mesmo quarto. A mãe de Paulo Amâncio também reside na casa.
No início da semana passada, Inês disse ao companheiro que a menina iria permanecer numa creche, entre 14 de junho e 7 de julho, gozando de uma colónia de férias em alguns desses dias. Porém, a mãe deixou a filha ao cuidado de Tita, numa casa da Baixa setubalense sem condições.
Na última segunda-feira de manhã, Inês foi buscar a filha e encontrou-a com marcas de agressões, acusando ainda Tita de ter dado à menina Atarax, um anti-histamínico forte, com efeito sedativo.
Já em casa do companheiro, Inês deitou Jéssica e disse àquele, que chegara da pesca sensivelmente na mesma altura, que a menina caíra de uma cadeira, na creche, e tinha sido vista por um psicólogo, que lhe receitara o Atarax. Mas a criança piorou e foi levada para o hospital, morrendo horas depois.
Quarta-feira, antes de ser levado para a PJ, Paulo disse ao JN que a mentira de Inês durou até à morte da filha. "Ela não quis levar a menina para o hospital porque tinha medo que descobrissem onde a criança esteve: não numa colónia de férias, mas numa casa miserável, ao cuidado de uma pessoa sem condições. Se a tivesse levado ao hospital, a menina estava viva", afirmou.
Nota: este artigo foi atualizado com base em declarações prestadas esta quinta-feira pelo coordenador da Polícia Judiciária de Setúbal à Lusa