Para poupar, famílias têm de correr vários estabelecimentos comerciais.
O regresso às aulas tem um peso cada vez maior nos bolsos das famílias. Mais cerca de 16% do que no ano passado, indicam vários estudos de mercado. Em média, são precisos 350 euros (aluno do Ensino Básico) e 600 euros (aluno do Secundário) para a compra do material necessário. E isto se o consumidor optar por fazer as compras em vários estabelecimentos comerciais. Acresce que muitos dos custos não são reembolsáveis no IRS.
Segundo as contas do site KuantoKusta, um cabaz básico de material para o regresso às aulas custa mais 15 euros do que em agosto do ano passado, o que representa um aumento de 16,54%. O KuantoKusta revela que a inflação aumentou os preços de artigos como lapiseiras e minas (com uma subida média de preço de 205%), papel A4 (+160%), furadores e agrafadores (+115%) e lápis, afias e borrachas (+105%).
Orçamento esmifrado
Segundo o Guia do Regresso às Aulas do Ekonomista, cada português gasta, em média, 350 euros com a preparação do regresso às aulas de um aluno do Ensino Básico (até ao 9.o ano) e 600 euros de um estudante do Secundário.
"Este é um ano particularmente difícil. O regresso à normalidade depois da pandemia trouxe a inflação, que veio esmifrar o orçamento das famílias", aponta Miguel Ângelo Pinto, diretor do Ekonomista, constatando que, em famílias com dois ou três filhos, "facilmente se chega a custos de mil euros".
O que mais pesa nas despesas é o material escolar e as mochilas (50%), segundo o Ekonomista, no caso do Ensino Básico. E do material informático (60%), no caso do Secundário.
Evitar semana das aulas
Acresce que muitas das despesas não são dedutíveis no IRS. Apenas o material com IVA a 6%, como tem vincado a DECO, que está a recolher assinaturas para entregar uma petição no Parlamento e reverter a situação.
Face a isto, resta às famílias tentarem poupar. O diretor comercial do KuantoKusta, André Duarte, aconselha-as a anteciparem as compras e evitar a semana do regresso às aulas. Já Miguel Ângelo Pinto diz que a solução pode passar por comparar preços na Internet e fazer compras em diferentes estabelecimentos comerciais. "Tem de se ter paciência e perceber o que realmente tem de se comprar", diz.
Outros custos
Explicações
Muitos alunos têm explicações de determinadas disciplinas ou frequentam centros de estudo. As explicações custam entre 10 e 30 euros por hora. Os centros de estudo custam, pelo menos, 100 euros por mês.
ATL
Outras crianças precisam de ficar num ATL porque os pais não têm horários laborais compatíveis com os da escola. Esses também custam, no mínimo, 100 euros por mês.
Transportes
Em concelhos como Lisboa o passe é gratuito para os estudantes. Noutros só para o Ensino Básico. No caso do Porto, o andante custa 20 euros por mês.