Justiça

Jovem "apertado" por camionista alcoolizado conta "momentos de terror"

Condutor teve de travar bruscamente para evitar um acidente DR

André Morais, 20 anos, viveu "momentos de terror" quando, nesta segunda-feira, percorria o caminho entre o local de trabalho e a sua residência. Ao longo dos 13 minutos que demorou a percorrer cerca de dez quilómetros, o carro conduzido pelo jovem quase que foi abalroado por um camião, cujo motorista foi detido por acusar 2,3 gramas de álcool por litro de sangue. O julgamento sumário marcado para esta terça-feira foi adiado.

André Morais conta ao JN que saiu da empresa com a intenção de ir almoçar a casa, na Madalena, Vila Nova de Gaia, e percorreu o habitual trajeto. Afirma ainda que estava já na A29 quando iniciou a manobra para ultrapassar o pesado que seguia à sua frente. "Depois de passar o GaiaShopping, fui para a faixa de rodagem da esquerda e comecei a ultrapassagem. Rapidamente, o camião também veio para a mesma faixa, apertando-me contra o separador central. Ainda bati com o espelho do carro no muro", descreve.

Emparedado entre o separador central da autoestrada e as toneladas de um camião de triplo rodado e mais de dez metros de comprimento, André Morais viu-se obrigado a travar bruscamente para evitar o acidente. "Voltei para trás do camião, percebi que este ia aos ziguezagues e telefonei para o 112 a denunciar o que estava a ver. Foram momentos de terror", refere.

Motorista a cambalear

Eram, então, 13.12 horas e o jovem decidiu seguir o pesado, que manteve sempre uma marcha errática. "Um outro automobilista também o tentou ultrapassar, mas foi igualmente empurrado para o separador central. A partir daí, os carros mantiveram-se todos atrás do camião a buzinar", conta.

O camionista abandonaria a autoestrada no nó de acesso a Vilar do Paraíso, ainda no concelho gaiense, mas o jovem continuou a segui-lo. "Ao sair da rotunda andou cerca de um quilómetro em contramão. Os carros que circulavam em sentido contrário tinham de parar ou desviarem-se", refere, acrescentado que, posteriormente, o pesado rumou a uma zona industrial onde acabaria por parar. Eram 13.25 horas.

"Quando o condutor saiu do camião estava a cambalear. Vi logo que estava bêbado. Também vi que estava um jovem no camião, no lugar do pendura, que me pareceu estar bem", declara.

Julgamento adiado

O camionista, de 41 anos, seria, pouco depois, abordado pela PSP e sujeito a um teste de alcoolemia. Acusou uma taxa de 2,38 gramas de álcool por litro de sangue, foi detido e levado à esquadra, onde foi alvo de um segundo teste. Desta vez, o aparelho registou uma taxa de álcool de 2,26 gramas de álcool por litro de sangue.

Após um período de recobro, o camionista foi libertado e notificado para se apresentar, nesta terça-feira, no Tribunal de Vila Nova de Gaia, para responder por um crime de condução sob efeito do álcool.

O julgamento sumário foi, no entanto, adiado e só nos primeiros dias do próximo mês é que o motorista conhecerá a pena aplicada.