Três empresas e 17 pessoas começaram a ser julgadas, ontem, em Aveiro, pelo alegado envolvimento numa rede de produção e distribuição ilegal de álcool e bebidas alcoólicas - entre as quais aguardente -, que operou entre 2011 e 2014.
Corpo do artigo
Segundo o Ministério Público (MP), o álcool era fabricado numa destilaria de Anadia e transportado para o Norte de Espanha, onde era transformado em bebidas alcoólicas - introduzidas, a seguir, nos mercados nacional e espanhol.
O MP acredita que a rede funcionava com objetivo de fugir ao controlo e à fiscalização das autoridades. E diz que, só em impostos a que escaparam, os arguidos acabaram por lesar o Estado português em quase 20 milhões de euros.
No banco dos réus sentaram-se portugueses e espanhóis. Um motorista do país vizinho foi o único que aceitou falar ao Tribunal de Aveiro. Confessou que foi contratado por um concidadão seu para dois transportes de álcool, entre Portugal e Espanha, tendo recebido 50 euros por cada serviço.
De acordo com o testemunho de um sargento da GNR que investigou o caso, as autoridades portuguesas estiveram vários meses no encalço da rede, seguindo as rotas dos membros da mesma, submetendo-os a fiscalizações e acompanhando escutas telefónicas. Foi aí que confirmaram que eram transportados milhares de álcool por dia.
Os arguidos estão acusados, pelo MP, entre outros crimes, de introdução fraudulenta no consumo qualificada e fraude fiscal (simples e qualificada).