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F. C. Porto defronta máquina italiana que Conceição conhece bem

O Inter de Milão ocupa a sétima posição da liga italiana MIGUEL MEDINA / AFP

O sorteio dos oitavos de final da Liga dos Campeões definiu que o F. C. Porto vai enfrentar o Inter de Milão, um gigante italiano que Sérgio Conceição conhece bem dos tempos de jogador. Dos pontos fortes aos fracos e ao onze tipo, conheça melhor o adversário dos dragões na prova milionária.

Não é dos mais fortes mas também é complicado. O F. C. Porto vai defrontar o Inter de Milão nos oitavos de final da Liga dos Campeões, uma equipa rápida e segura defensivamente que, apesar de não estar num nível que esteve na época passada, continua a ser complicada para qualquer adversário.

Contexto:

O Inter de Milão tem vindo a crescer nos últimos anos. Durante grande parte dos anos 2010, os "nerazzurri" estiveram uns furos abaixo daquilo que era habitual noutras décadas, mas o projeto do conjunto italiano vem melhorando ano após ano. Em 2020/21, o Inter foi campeão com uma equipa eletrizante comandada por Antonio Conte. O técnico saiu para o Tottenham e Simone Inzaghi, que fez um bom trabalho na Lazio, assumiu a orientação da equipa.

Na temporada passada, a luta pelo título italiano com o AC Milan foi taco a taco, mas acabou por pender para a turma de Rafael Leão. O Inter fez uma boa época no campeonato e com Inzaghi praticou um futebol dominante que agradou os adeptos, mas esta temporada a equipa não tem estado na forma que se esperava.

Com 35 golos marcados e 26 sofridos em todas as competições, o Inter já perdeu por sete vezes esta temporada, mais três que o F. C. Porto. Os dragões também mostram uma veia goleadora superior, com mais 13 golos apontados do que o conjunto italiano. Este é um adversário que Sérgio Conceição conhece bem dos tempos de jogar. O atual treinador portista enfrentou o Inter em nove ocasiões, tendo vencido três, empatado cinco, perdido uma e marcado três golos.

Pontos fortes:

Apesar de haver a ideia que as equipas italianas privilegiam mais o aspeto defensivo, o Inter é uma equipa contra-corrente. As dinâmicas que Simone Inzaghi pretende que a equipa tenha causam dificuldades aos adversários. Com Di Marco e Dumfries bem abertos nas alas, o Inter consegue jogar em campo aberto e aumentar os espaços para depois outros jogadores atacarem corredores mais centrais.

O Inter procura então abrir espaços nos corredores centrais através do posicionamento dos alas para depois aproveitar a entrada dos médios (ou de um avançado caso recue) para criar situações de finalização. Com avançados como Lukaku ou Dzeko os cruzamentos também são uma arma eficaz para os "nerazzurri", sendo que Lautaro Martinez é a principal referência e melhor marcador com sete golos. Defensivamente, o sistema de cinco defesas reduz os espaços para os adversários mas o destaque vai para a capacidade de pressão do Inter, que consegue condicionar muito a ação contrária através desta valência.

Pontos fracos:

Ter uma defesa com cinco jogadores dificulta a ação adversária mas não é a chave para o sucesso. O Inter muitas vezes apresenta dificuldades em transição defensiva quando a equipa contrária consegue bater a pressão inicial feita pelo conjunto italiano. Os espaços nas costas dos alas, que frequentemente ocupam posições ofensivas, podem ser aproveitados por jogadores como Otávio, Galeno ou Pepê. Taremi e Eustáquio terão um papel essencial em confundir as marcações mas abrir espaços numa defesa que deverá ser complicada de ultrapassar.

Onze tipo: Onana; Dumfries, Skriniar, de Vrij, Bastoni, Dimarco, Brozovic, Çalhanoglu, Barella, Lautaro Martinez e Edin Dzeko;

O Inter de Milão apresenta-se num 3-5-2 em organização ofensiva. Dumfries (ala direito) e Dimarco (ala esquerdo) são muito ofensivos e jogam constantemente abertos. Brozovic tem estado a sofrer algumas lesões esta época mas, em condições normais, é o titular como médio mais recuado. Çalhanoglu e Barella são os centrocampistas que atuam mais à frente de Brozovic. O turco tem um perfil mais criativo, enquanto o italiano é muito importante na reação após a perda de bola e também no transporte da mesma, conseguindo ainda aparecer em zonas de finalização.

Lautaro Martinez e Dzeko são os avançados mais habituais mas Lukaku também pode entrar na equação para o lugar do bósnio. Lautaro é mais energético, recua para se associar aos médios mas também é uma máquina a atacar espaços. Tanto Dzeko como Lukaku são mais fixos, se bem que o belga combina quase de olhos fechados com o argentino, fazendo movimentos contrários e confundindo os defesas.

Por fim, no setor defensivo Skriniar e De Vrij são dos melhores centrais da atualidade e muito competentes com e sem bola. Em organização, o Inter é uma equipa complicada para abrir espaços.

Eduardo Pedrosa Costa