Com a bandeira nacional às costas, milhares de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram, este domingo, a sede do Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
Os manifestantes - e agora invasores - pedem uma intervenção militar para derrubar o novo líder, Lula da Silva, que tomou posse como chefe de Estado há precisamente uma semana.
A invasão começou depois dos apoiantes radicais, que arremessaram a polícia com paus e pedras, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital do Brasil. Apesar de a polícia federal ter colocado barreiras de proteção, os bolsonaristas avançaram e furaram o cerco, conseguindo entrar nos principais edifícios do Estado. Rapidamente, imagens dos invasores começaram a disseminar-se nas redes socais, nas quais se pode ver um cenário de destruição em algumas das principais salas das sedes que representam os três poderes: legislativo (Congresso), executivo (Planalto) e judicial (Supremo).
A polícia brasileira usou gás lacrimogéneo para tentar repelir os manifestantes, que estavam concentrados no exterior do edifício, mas sem sucesso.
A zona em torno do Congresso estava isolada pelas autoridades, mas os apoiantes de Bolsonaro, que se recusam a aceitar a eleição de Lula da Silva, conseguiram romper os cordões de segurança e várias dezenas conseguiram subir a rampa deste edifício de arquitetura moderna para ocupar a cobertura.
Lula da Silva, que assumiu a Presidência de Brasil no passado dia 1, encontra-se este fim de semana na cidade de Araraquara, em São Paulo.
Antes da invasão do Congresso, Flávio Dino pronunciou-se nas redes sociais e disse que os opositores terão que esperar até 2026, quando serão realizadas as próximas eleições presidenciais, assim como o atual governo esperou entre 2018 e 2022, período do mandato presidencial de Jair Bolsonaro.
Em comunicado, o ministro da Justiça disse que o seu ministério convocou uma reunião de emergência com os órgãos de segurança para tratar das manifestações.
Sergio Moro, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e juiz da operação Lava Jato, condenou os protestos pouco tempo depois de terem começado e pediu aos manifestantes que se retirassem. "Protestos têm que ser pacíficos. Invasões de prédios públicos e depredação não são resposta", escreveu no Twitter.
Já Guilherme Boulos, deputado de esquerda, acusou a Polícia Militar de ter permitido a invasão. "Os golpistas, com ou sem farda, têm que ser responsabilizados e presos", partilhou nas redes sociais.