Desporto

Roberto Martínez é um camaleão tático

Roberto Martínez JACK GUEZ / AFP

Selecionador chegou a mudar três vezes de esquema no percurso que valeu o terceiro lugar no Mundial 2018.

Quando se pensa na Bélgica de Roberto Martínez, o sistema tático preferencial é o 3x4x2x1, com três centrais, que, por exemplo, lhe valeu a vitória sobre o Portugal nos oitavos de final do Euro 2020. Mas os belgas nem sempre jogaram assim com o espanhol ao leme.

Em 2018, Martínez alternou modelos durante o Mundial da Rússia, no percurso até ao terceiro lugar que se tornou a melhor classificação de sempre dos "diabos vermelhos" num Campeonato do Mundo: jogou em 3x4x2x1 até aos oitavos de final, passou para 4x3x3 nos "quartos" diante do Brasil (com De Bruyne como falso nove), mudou para 4x2x3x1 na meia-final perdida para a França (com Lukaku sozinho no ataque) e voltou ao 3x4x2x1 no jogo dos 3.º e 4.º lugares com a Inglaterra.

Na Bélgica, a ideia é que Martínez passou a jogar com três defesas quando o histórico capitão Kompany terminou a carreira, por não ter um central do mesmo nível. Ao perceber que Vertonghen estava mais lento e não podia continuar a ser o lateral-esquerdo numa defesa a quatro, o técnico espanhol colocou o ex-Benfica a central numa defesa a três. Nesse sistema, Éden Hazard jogava na esquerda. "Tínhamos uma geração dourada, mas com 14 ou 15 jogadores bons e cinco estrelas mundiais. Quando acontecia algo num desses 14 ou 15, era realmente um problema", afirma fonte da federação belga, ao JN.

Nuno A. Amaral