Cinfães

Ministério Público investiga caso de menina esquecida em autocarro  

Menina continua a frequentar centro escolar da Nespereira Direitos reservados

Há mais um inquérito ao caso da menina de três anos que há duas semanas ficou esquecida seis horas num autocarro que faz o transporte escolar, no concelho de Cinfães. A escola e a Câmara Municipal abriram dois processos de averiguações e o Ministério Público (MP) também decidiu investigar o que terá acontecido a 9 de janeiro deste ano.

"Na sequência da notícia, o MP determinou a instauração de inquérito com vista a apurar a relevância criminal dos factos noticiados, aí se incluindo a determinação do(s) responsável(is) pelo acompanhamento das crianças no transporte em causa", adiantou ao JN fonte da Procuradoria-Geral da República.

A investigação judicial é da responsabilidade da Secção de Cinfães do Departamento de Investigação e Ação Penal de Viseu. A escola e o município recusam comentar este inquérito do MP.

O processo de averiguações aberto com caráter de urgência pelo Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto está concluído e será entregue também ao MP.

O diretor do estabelecimento de ensino, Manuel Pereira, escusa-se a revelar as conclusões do inquérito que, sabe o JN, "confirma" todos os dados que vieram a público e que levaram à suspensão das duas vigilantes da empresa responsável por recolher e entregar as crianças na escola e do motorista da Transdev que fez o transporte.

Já o inquérito instaurado pela Câmara Municipal de Cinfães, que gere as escolas do concelho, está ainda em curso.

Menina continua na escola

A criança de três anos continua a ir para o jardim-de-infância do Centro Escolar de Nespereira de autocarro. Apesar do sucedido, os pais não a tiraram da escola.

A menina, natural de Fornelos, esteve seis horas fechada no autocarro, ainda com o cinto posto. Foi encontrada depois de a mãe a ter ido buscar ao jardim-de-infância. Até lá, ninguém tinha dado conta da sua falta.

O caso levou de imediato o Agrupamento de Escolas de Cinfães a reforçar as medidas de segurança para que a situação não se repetisse. Agora, as pessoas que acompanham as crianças têm uma lista com os nomes dos alunos e que deve ser assinada quando estes são recebidos nas paragens e entregues na escola.

José Ricardo Ferreira